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Três membros do 20º Batalhão da Polícia Militar são suspeitos de balear um companheiro de farda do 12º BPM na madrugada desta segunda-feira (20) no bairro Alto Boqueirão, em Curitiba. Houve tiroteio entre os policiais. Um borracheiro recebeu um tiro de raspão e um pintor foi preso em flagrante, acusado de roubar veículos.

O pintor Hélcio do Espírito Santo Souza, de 26 anos, conta que o incidente se iniciou por volta das 0h30. Um grupo de torcedores do Coritiba estariam perseguindo e jogando pedras contra um rapaz, identificado como João Pedro. Na fuga, João Pedro teria se escondido na Lanchonete do Carlinhos, localizada na Rua Pastor Antônio Polito.

"Eram uns oito ou nove torcedores. Eles ficaram na frente do bar provocando todo mundo, inclusive uns velhinhos que estavam lá pedindo por calma", conta Souza, que estava no estabelecimento acompanhado do soldado do 12º BPM Flávio Godoy Santini, de 28 anos. Informações do advogado que representa Santini, Jefferson Augusto de Paula, dão conta que o soldado teria feito dois disparos para o alto. "Foram tiros de calibre .40, de uso exclusivo da polícia", afirma o delegado Artem Dach, que investiga o caso. Os torcedores coxas-brancas teriam fugido em diversas direções, aponta a investigação de Dach.

Alguns minutos mais tarde, Hélcio afirma ter sido avisado de que dois carros dos torcedores, uma Parati e um Sephia, estariam na frente da casa dele. "Apesar de não estar envolvido diretamente na confusão, fiquei com medo e pedi para o Flávio me acompanhar até a minha casa", diz o pintor. O borracheiro Wagner Morais, 29 anos, se juntou aos dois amigos no caminho até a casa de Souza.

Ao chegar em frente de casa, três policiais da P2, o serviço reservado da Polícia Militar, teriam efetuado diversos disparos. "Tenho informações que um dos torcedores estaria dentro da viatura, junto com os policias", afirma Augusto. O trio da P2 trocou tiros com Santini. Moraes foi atingido de raspão na barriga. Souza fugiu. Santini recebeu três tiros na perna. "Ele gritava, ‘sou da polícia’, ‘sou da polícia’, mas os caras não paravam de atirar", lembra o pintor.

Os feridos foram levados ao pronto socorro do Hospital Cajuru, onde estão sob observação, sem correr o risco de perder a vida. Souza diz ter se entregado à polícia, mas foi levado preso em flagrante até a DFRV, acusado de roubar os dois carros que estavam diante de sua casa. Nesta manhã, quatro testemunhas teriam confirmado a história de Souza, que seguia preso até as 16h30. Segundo o advogado de Santini, o alerta de roubo dos veículos foi dado após o confronto por um celular da Polícia Militar. "Não sei dizer quanto tempo depois, se cinco minutos ou uma hora, mas certamente depois do confronto", afirma Augusto, que ainda estranha o fato de policiais militares do destacamento especial da PM estarem no local.

PM abre IPM

O major Antônio Zanatta Neto, responsável pelo setor de relações públicas do Comando Geral da PM, garante que um Inquérito Policial Militar (IPM) foi aberto para apurar o caso. Os três policiais militares que teriam baleado Santini teriam sido ouvidos nesta tarde.

O major não quis fornecer o contato dos policiais da P2 envolvidos no caso. O 20º BPM confirmou que a investigação foi aberta.

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