Onivaldo Cassiano após ser submetido a longa cirurgia cardíaca em julho| Foto: Roberto Custodio/JL

Londrina - Morreu na madrugada de ontem o gerente de vendas Onivaldo Cassiano, de 50 anos, que, no fim de julho, havia passado 51 horas na mesa de cirurgia para uma intervenção cardíaca. Ele faleceu na Santa Casa devido a uma pneumonia.

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Cassiano estava internado desde a noite do dia 24 de setembro, quando havia chegado ao hospital apresentando febre e infecção pulmonar. Na última segunda-feira, seu estado se agravou e ele foi transferido para a unidade de terapia intensiva (UTI).

A cirurgia de 51 horas foi feita no Hospital Evangélico nos dias 28 a 30 de julho, para tratar de um aneurisma na aorta, principal artéria para irrigação sanguínea do corpo. Durante a intervenção, que ganhou repercussão nacional, Cassiano sangrou em abundância e recebeu cerca de 450 bolsas de sangue, plasma e derivados.

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Por 15 horas, os médicos seguraram o tórax do paciente aberto, tentando estancar a hemorragia. A equipe de oito pessoas foi chefiada pelo cardiologista Francisco Gregori Júnior que, ontem, lamentou a morte do paciente. "Não me arrependo de nada", garante. "Se houver uma situação de 72 horas, vamos em frente. Mas nessa hora o cirurgião tem que ser humilde. Por mais que eu estude e me dedique, vamos só até certo ponto. A sensação é de impotência."

Gregori afirmou que Cassiano recebeu toda a assistência necessária. "Falava com o Onivaldo a cada três ou quatro dias, ele estava tendo a recuperação normal de qualquer cirurgia, fez os retornos normais, os exames estavam ótimos, teve cicatrização de todos os tecidos", afirmou.

Devido à cirurgia, informou Gregori, Cassiano teve uma queda na imunidade. "Como todo sujeito operado, ele estava debilitado", observa. "Até uma infecção dentária precisaria ser comunicada ao dentista. Mas estava em casa, que é o melhor lugar para a recuperação, com boa alimentação e o carinho da família."