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Familiares e amigos velam os corpos de Jorge e Antônio Grando na Câmara Municipal de Pinhais: crime chocou a cidade | Antonio More/Gazeta do Povo
Familiares e amigos velam os corpos de Jorge e Antônio Grando na Câmara Municipal de Pinhais: crime chocou a cidade| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Enterro

Irmãos serão sepultados hoje

Os corpos dos ambientalistas Jorge e Antônio Grando foram velados durante o dia de ontem na Câmara Municipal de Pinhais. Os sepultamentos estão marcados para 11 horas de hoje, no Cemitério Bom Jesus dos Passos, em Piraquara. A irmã deles, Fátima Virgínia Grando de Soza, que ficou sabendo da tragédia pelo noticiário da tevê, veio de Pelotas, no Rio Grande do Sul, para velar os irmãos.

"Os investigadores não nos contam nada sobre as investigações, mas nos disseram que não vão descansar enquanto não encontrarem os criminosos. O que mais choca nessa história é que ninguém vê motivo para essas mortes, não foi roubado nada e Jorge era um homem que fez muito pelo seu município e pelo meio ambiente", diz.

O marido de Fátima, Pompilio de Souza, conta que Jorge tinha muitos amigos e que costumava reuni-los com frequência para churrascos na chácara. Ele foi fundador da ONG Associação Paranaense de Preservação Ambiental do Rio Iguaçu e Serra do Mar (Appam) e um dos responsáveis pela criação do Dia do Rio, comemorado em 24 de novembro.

Valdir Vicente Lopes foi velado até a manhã de ontem e deve ser cremado assim que sair a autorização judicial, o que, segundo Osmar Passos, cunhado de Valdir, deve ocorrer em até 48 horas. Gilmar Reinert foi sepultado ontem no cemitério Santa Cândida, com a presença de mais de 50 integrantes do Motoclube Bodes do Asfalto, do qual participava.

O enterro de Albino Silva, que tem familiares no Rio Grande do Sul, acontece hoje na cidade de São Leopoldo.

A polícia afirma ter identificado dois suspeitos de envolvimento na chacina que deixou cinco mortos em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba, na noite de sexta-feira. O superintendente da delegacia de Piraquara, Marco Aurélio Furtado, acredita que eles devem ser localizados ainda hoje e convidados a prestar esclarecimentos. "Estamos com duas equipes da divisão metropolitana da Polícia Civil nas ruas em busca dos suspeitos, que eram da convivência das vítimas. Por enquanto temos apenas os apelidos, mas estamos trabalhando para encontrá-los e então ouvir o que têm a dizer", informou.

A chacina ocorreu no fim da noite da última sexta-feira na chácara do ambientalista Jorge Roberto Carvalho Grando,53 anos, ex-secretário de Meio Ambiente de Pinhais – cidade vizinha a Piraquara – e de seu irmão, Antônio Luis Carvalho Grando, 46 anos. Os dois foram assassinados com tiros na cabeça. O local, um condomínio de chácaras, era dividido entre pelo menos 22 proprietários, que tinham o sonho de viver em um local ambientalmente correto. Tam­bém foram mortos o funcionário da Sanepar Albino Silva, 39 anos, o empresário Gilmar Reinert, 50 anos, e o agente penitenciário Valdir Vicente Lopes, 49 anos. Os dois últimos negociavam a compra de lotes para viver no local.

Investigação

Segundo Furtado, a polícia trabalha com quatro linhas de investigação: latrocínio (roubo seguido de morte), vingança, e outras duas que ele prefere manter em sigilo para não atrapalhar as investigações. Nenhum objeto parece ter sido levado, mas, como a casa estava totalmente revirada, a polícia acredita que os criminosos estavam em busca de dinheiro. A suspeita é de que os irmãos Grando guardavam na chácara o que era arrecadado com a venda dos loteamentos (a área pertencia a eles há pelo menos duas décadas).

"Acreditamos que eles tenham sido rendidos ao lado da residência, onde improvisaram uma churrasqueira e estavam começando um churrasco. Eles foram amarrados e rendidos por pelo menos três pessoas, pois foram usadas três armas diferentes", explicou. O superintendente informou ainda que Albino Silva pode ter passado pelo local do crime para cumprimentar os vizinhos, quando saiu de casa para comprar remédios para a filha bebê. Com a demora de Albino para retornar à casa, a mulher dele saiu em busca do marido, encontrando a cena do crime. Foi ela quem chamou a polícia.

A chacina aconteceu entre 23h15 de sexta-feira e 0h15 de sábado. Depois de terem sido rendidos, os homens foram conduzidos até a pequena cozinha da casa, amarrados com as mãos para trás com fios de luz e arames e alvejados na cabeça. Na residência, foi encontrado um estojo de munições de calibre nove milímetros.

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