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Era manhã do 1.° de janeiro de 2004 quando o advogado Gilberto Gaeski, 46 anos, foi avisado de que a filha de 16 anos havia sido atropelada na avenida principal do balneário de Piçarras, em Santa Catarina. Uma motorista embriagada perdeu o controle do veículo, subiu na calçada e atingiu o grupo de jovens que voltava de uma danceteria. Bruna Gaeski morreu na hora. "Acho que a pessoa não se deu conta do mal que fez à nossa família. Nós nunca mais vamos comemorar a passagem do ano como era antes", diz.

O caso de Bruna ilustra a triste realidade das estatísticas de trânsito na época de ano novo. O crescimento no número de acidentes no período só é menor que durante o Carnaval. Nas estradas, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) estima que o número de acidentes aumente em 10% durante o feriado de passagem do ano.

Irresponsabilidade

De acordo com o chefe de operações da PRF, inspetor Gílson Luiz Cortiano, as principais causas de acidentes são os motoristas embriagados, a velocidade alta e as ultrapassagens em locais proibidos, aliadas ao enorme fluxo de veículo desse período. A imprudência se reflete na gravidade das ocorrências. Só no ano passado, 70 pessoas foram feridas e duas morreram em 86 acidentes. Cortiano explica que apesar dos dados de janeiro a novembro de 2004 mostrarem um número de ocorrências menor em relação ao mesmo período de 2005, a quantidade de mortos e feridos neste ano aumentou em torno de 7%.

A violência dos acidentes fez com que a polícia encontrasse formas alternativas para prevenir as infrações no feriado deste ano. A PRF contará com um helicóptero de resgate, que também terá contato com as viaturas para fiscalizar ultrapassagens indevidas e outras irregularidades. Além das equipes fixas nos postos de fiscalização e nos pontos considerados críticos, os policiais também estarão circulando nas rodovias. Nos pontos críticos, os policiais continuarão trabalhando com radares móveis para inibir o excesso de velocidade. Principalmente nas saídas das BR 277 e 376.

De acordo com o inspetor, a regra básica de evitar os horários de pico na hora de viajar pode contribuir para uma viagem mais segura. Segundo a PRF, o principal movimento será nas estradas em direção a Santa Catarina e litoral paranaense. Mas para este feriado em especial os motoristas não terão muita alternativa, porque o tráfego intenso será constante durante todo o dia. Para quem for viajar amanhã, o melhor horário será logo cedo, lá pelas 6 horas. "À noite, o movimento deve diminuir um pouco, mas existem todas as complicações da escuridão e da neblina na serra. Os motoristas têm que estar tranqüilos e saber que a estrada vai estar lotada na sexta-feira e no sábado", explica a chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF, Maria Alice Nascimento Souza.

Na BR-376, a previsão é que 3 mil veículos circulem por hora no período de pico, que começa às 16 horas de hoje e termina no início da noite, voltando amanhã das 8 às 17 horas. Já na BR-277, durante todo o dia o fluxo de veículos deve ser acima de mil carros por hora, podendo alcançar picos de 1,8 mil, entre 18 horas e 20 horas. Amanhã devem ocorrer picos de 2 mil carros por hora entre 10 horas e 15 horas.

Desde segunda-feira, a concessionária Ecovia, que administra o trecho que liga Curitiba ao litoral, tem registrado movimento médio de 11 mil veículos por dia. Hoje e amanhã 50 mil veículos devem passar pelas praças de pedágio em direção às praias. A previsão da Polícia Militar é de que cerca de 1,2 milhão de pessoas estejam no litoral durante a passagem de ano.

A prevenção de acidentes dentro das cidades do litoral fica por conta da Polícia Rodoviária Estadual, que desde a semana passada promove campanha contra acidentes. Motoristas que passam pela rodovia Alexandra–Matinhos recebem orientação sobre o risco de beber e dirigir, através de uma cartilha. A partir de hoje, viaturas também estarão posicionadas, nos horários de maior fluxo, no início de cada rodovia.

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