O delegado do setor de Homicídios de Londrina, Ernandes Alves, afirma que os ataques a travestis "podem ter mais de uma motivação". Alves não descarta a possibilidade de que algumas agressões tenham relação com intolerância e preconceito contra os travestis, mas alega estar "atento" às informações sobre a existência de um bando que deseja manter o controle do mercado sexual em Londrina. "Já temos bastante informações. Pode ser briga pessoal entre eles e disputa. Mas nada posso adiantar."
Com equipe reduzida a apenas três investigadores para o setor de Homicídios contra a média de um homicídio por dia na última semana , o delegado garante que as investigações vão avançar. "A análise do que está ocorrendo é por exclusão. Até o momento, tudo tem de ser considerado. O grau de violência dos crimes é uma informação relevante, mas ainda não nos indica um perfil dos agressores". Na segunda-feira, a Comissão de Segurança Pública da Câmara de Vereadores de Londrina vai tomar parte do tema, com a presença do delegado-chefe de Londrina, Sérgio Barroso.
Nas ruas, o clima é de apreensão. Dois dias após o último assassinato, prostitutas e travestis sumiram das ruas de Londrina. Entre os poucos que enfrentaram os riscos, a reportagem encontrou o travesti S. "Ficou perigoso trabalhar", disse. Segundo ele, atualmente a avenida é praticamente dominada pelo grupo de travestis que têm relação com a quadrilha.
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