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As autoridades de segurança pública de Santa Catarina informaram que já sabem quem são os chefes de quadrilha que comandam, de dentro das unidades prisionais, os atentados que ocorrem desde 31 de janeiro em 24 cidades do estado, com pelo menos 74 ocorrências, como incêndios a ônibus e carros, além de atentados a bases da polícia e casas particulares.

Santa Catarina descartou usar os homens da Força Nacional, oferecidos pelo ministro da Justiça. Para o comandante da Polícia Militar, coronel Nazareno Marcineiro, "a vinda de 200 homens seria um reforço dividido em várias cidades, o que daria viaturas com três ou quatro homens". Além disso, segundo ele, "as tropas catarinenses que poderiam entender isso como descredito aos policiais do estado":

"Estamos abertos a qualquer tipo de ajuda, mas a Força Nacional é desnecessária. Seria um descrédito às nossas forças, aos nossos policiais, que estão enfrentando situações extremamente extenuantes. Os nossos homens precisam ser valorizados", disse.

O delegado geral da Policia Civil, Aldo Pinheiro Ávila, afirmou ontem que já foi mapeada a cadeia de comando dos atos criminosos. Disse, porém, que ainda não está decidido se haverá a transferência desses criminosos para presídios federais nas vagas oferecidas pelo ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, ao governador Raimundo Colombo, quarta-feira, em Brasília.

Ávila admite que a solução do problema da violência no estado deve passar pelo fim da comunicação entre esses chefes de quadrilha nos presídios com os seus comandados fora das cadeias.

"Temos tudo mapeado, as lideranças e a hierarquia da organização criminosa. Mas ainda está em estudo como será a transferência, porque depende de investigações que estão em andamento. A solução para acabar com essa organização será a retirada dos chefes dessas unidades, rompendo a comunicação com o mundo exterior", disse Ávila ontem, em entrevista concedida por todo o comando da segurança pública do estado.

O secretário de Segurança Pública, César Grubba, disse que o governo estadual conta com a integração das forças de inteligência para combater os atentados:"Já há integração da inteligência das forças do estado e da Polícia Federal, da Polícia Rodoviária Federal, da Abin, do Exército e do Ministério da Justiça", disse.

Marcineiro disse que a polícia tem atuado com eficiência no combate aos ataques, "tanto que das 35 pessoas presas até agora, 20 foram em flagrante": "Entre a noite de quarta-feira e a madrugada de ontem, a PM registrou mais nove ataques, subindo para 74 ocorrências desde que começaram os atentados em 31 de janeiro de 2013", afirmou.

Em meio à crise, com presos denunciando que os ataques são uma represália a maus-tratos sofridos nas cadeias do estado, a secretária adjunta da Justiça e Cidadania, Maria Elisa De Canto, pediu ontem exoneração do cargo.

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