A Polícia Civil vai investigar a conduta dos policiais militares do Grupo de Ações Táticas Especiais (Gate) que atuaram no seqüestro que resultou na morte da estudante Eloá Cristina Pimentel e deixou ferida a amiga dela Nayara. A ação provocou críticas de especialistas e levantou suspeitas de órgãos ligados à defesa da criança e do adolescente, principalmente com relação ao retorno de Nayara ao apartamento.

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O objetivo da polícia é saber se houve desrespeito ao Estatuto da Criança e Adolescente (ECA), uma vez que Nayara voltou ao apartamento onde Lindemberg Alves mantinha a ex-namorada refém. A Polícia Civil ainda quer saber como a invasão foi feita e se houve um disparo antes da ação

A prioridade é ouvir o depoimento formal de Nayara, que só deve receber alta hospitalar amanhã. "O inquérito vai tratar da narrativa dos fatos", afirmou um dos delegados que participam da investigação. "Também vai dizer se ele atirou contra o escudo de um policial militar." O plano é concluir a primeira parte da apuração até sexta-feira e enviar o relatório à Justiça. Mas a investigação deve continuar no que é chamado de "autos apartados".

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O promotor da Infância e Juventude de Santo André, Ricardo Flório, também quer explicações e disse que enviará à Justiça Militar um ofício pedindo que os possíveis erros da polícia sejam apurados. "Foi um absurdo o que fizeram com a Nayara, colocando sua vida em risco, ao deixar que ela voltasse ao cativeiro." Os policiais do Gate afirmam que Nayara foi orientada a permanecer fora do cativeiro. "Ela voltou porque quis. Temos tudo gravado, inclusive a conversa com a mãe da Nayara", disse um policial que participou da negociação.

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