• Carregando...

O inquérito sobre a morte de Douglas Rafael da Silva Pereira, o DG, de 26 anos, foi devolvido pela 13.ª DP (Ipanema) ao Ministério Público nesta sexta-feira (27). De acordo com a Polícia Civil, a delegada Carolina Salomão Albuquerque reiterou o pedido de exumação do corpo do dançarino. Ainda segundo a polícia, todos os questionamentos do MP sobre a investigação, considerada incompleta, foram respondidos. Um dos questionamentos do órgão era sobre o fato de a camisa que o rapaz usava na hora em que foi baleado não apresentar qualquer perfuração, apesar de o laudo de exame cadavérico indicar as marcas de entrada e saída do projétil no corpo. DG trabalhou por quatro anos no programa “Esquenta”, da Rede Globo, apresentado por Regina Casé.

O pedido de explicações do MP foi feito um dia depois de uma reunião com peritos da DH (no último dia 12), em que a promotora Marisa Paiva já havia tentado esclarecer todas as dúvidas relacionadas ao caso. Segundo ela, o inquérito não é conclusivo, e a denúncia será oferecida à Justiça somente após os esclarecimentos necessários. Na solicitação enviada à 13.ª DP (Posto 6), a promotora também pergunta se há alguma possibilidade de a bala ainda estar no corpo de DG.

De acordo com o MP, a polícia tinha um prazo de 15 dias para esclarecer as dúvidas, período que se encerrou nesta sexta. O resultado das investigações foi encaminhado ao MP no último dia 4. O corpo de DG foi encontrado por PMs da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) do Pavão-Pavãozinho na creche Lar de Pierina, que fica na favela, na manhã do dia 22 de abril de 2014.

A Polícia Civil já descobriu que DG foi morto por um tiro disparado pela arma de um PM — o soldado Walter Saldanha Correa Júnior. Ele teve a prisão pedida à Justiça pelo crime de homicídio. Já outros seis PMs, que acompanhavam Walter durante uma operação na comunidade, vão responder por falso testemunho e prevaricação (que acontece quando um funcionário público deixa de cumprir seu dever). Dois policiais foram inocentados. Na época, todos estavam lotados na Unidade de Polícia Pacificadora do Pavão-Pavãozinho.

De acordo com investigadores, para fugir de uma troca de tiros entre PMs e traficantes, DG saltou de uma laje para um muro, mas acabou baleado. Mesmo sangrando muito, ele ainda pulou para o telhado de uma creche. Em seguida, o dançarino passou pela cobertura de uma escola e entrou numa outra creche. DG desceu cambaleando por um corredor até perder as forças e cair. Uma parede no local ficou manchada de sangue. Em fotos feitas por peritos, ele aparece com uma camisa para fora da calça e vestida pelo avesso. Segundo a Polícia Civil, essa é a prova de que policiais militares mexeram no corpo.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]