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A polícia indiciou ontem o proprietário da Casquinha Eventos, Glécio Mussy, 52 anos, e o gerente da empresa, Ocimar Rodrigues, 36 anos, por homicídio culposo (sem intenção de matar) e lesão corporal culposa. A Casquinha organizou a festa infantil para a Associação de Funcionários da Siemens, no dia 16 do mês passado, que terminou com a morte de duas crianças e deixou oito pessoas feridas. No evento, um castelo pula-pula e um touro mecânico foram arrastados pela força do vento. Algumas crianças brincavam nos dois equipamentos e foram arremessadas junto com os brinquedos. Amanda Oliveira Vieira, de 8 anos, e Luís Eduardo Weber da Silva, de 5 anos, morreram na hora.

De acordo com o delegado Carlos Alberto Castanheiro, do 3.° Distrito Policial de Curitiba, a perícia do Instituto de Criminalística mostrou que não havia defeito nos brinquedos. "Não teve explosão e nem furo no plástico. O problema foi com o vento forte mesmo", explicou. Segundo Castanheiro, no entanto, houve negligência da Casquinha. "Por meio de um ofício, a empresa que faz o castelo afirmou que, em locais abertos, aconselha os usuários a utilizar amarras ou ganchos que prendam o brinquedo ao chão." Já a empresa responsável pelo touro mecânico disse não haver necessidade de prender o equipamento. O delegado ainda aguarda exames de lesão de outras vítimas, mas deve encaminhar o inquérito ao Ministério Público ainda hoje.

O advogado Rafael Canzan, que defende os proprietários da empresa, diz que não existe nenhuma regulamentação quanto à utilização de brinquedos infláveis. "Presumiu-se que era necessária a fixação dos brinquedos depois de uma palavra (a carta enviada para a polícia) de um representante do fabricante dos brinquedos", explicou. Segundo o advogado, porém, "não foi apresentado nenhum manual do brinquedo, afirmando que era necessário fazer a amarração e como deveria ser feita essa fixação".

Comissão

A Câmara Municipal de Curitiba discute a regulamentação dos brinquedos infláveis em uma Comissão Especial. Na última-segunda feira, representantes da Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT), do Instituto de Pesos e Medidas do Estado do Paraná (Ipem-PR) e da Secretaria Municipal de Urbanismo reuniram-se com os vereadores. De acordo com André Passos (PT), um relatório parcial da comissão e um pedido de regulamentação será votado no próximo dia 30. Os documentos serão entregues à ABNT, defendendo o estabelecimento de normas e regulamentação para os infláveis. "A ABNT nos passou que essas normas não existem. Mas um corpo técnico pode ser montado caso haja uma pressão da sociedade civil. É isso que vamos fazer", disse.

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