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O diretor-geral da Policia Civil de Alagoas, delegado Marcílio Barenco, revelou nesta segunda-feira que já tem os nomes de alguns matadores de moradores de rua, mas aguarda passar o período eleitoral para iniciar as prisões. Barenco disse ainda que o relatório da instituição sobre o caso foi entregue ao representante da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, na semana passada, mas não sabe como as informações chegaram à imprensa.

Ele não sabe também como os números de moradores de rua e outras informações contidas no relatório chegaram ao conhecimento da Igreja Católica, que divulgou nota recentemente pedindo providências para as mortes de 30 moradores de rua no estado.

"Nós estamos investigando como essas informações vazaram para a imprensa e a Igreja Católica", afirmou Barenco, admitindo também que o documento pode ter vazado a partir da Secretaria Nacional de Direitos Humanos, já que o relatório foi entregue em mãos ao coordenador do Comitê Intersetorial de Acompanhamento e Monitoramento da Política Nacional da População em Situação de Rua, Ivair Augusto dos Santos.

Até aquele momento, a imprensa noticiava as mortes de 22 moradores de rua, no início desta semana esse número subiu para 30, com a divulgação dos dados de relatório da Polícia Civil de Alagoas. "Desses 30 casos registrados no relatório, um deles não se trata de morador de rua. A vítima trabalhava na rua, mas tinha moradia fixa", garantiu Barenco.

Para ele, o ex-presidiário conhecido por Timbalada, que foi assassinado ontem à tarde, no bairro de Ponta Verde, também não era morador de rua. "Ele trabalhava como flanelinha, mas tinha família e residia na periferia. A gente não pode classificar de morador de rua, todo esse pessoal que trabalha na rua e eventualmente não volta para casa e termina dormindo debaixo das marquises", comentou o delegado.

Para Marcílio Barenco, além do trabalho repressivo da polícia, para combater os assassinatos, o poder público, principalmente a Prefeitura Municipal de Maceió, precisa ser mais eficiente no atendimento social às pessoas que moram nas ruas da cidade e vivem em constante situação de risco. "É preciso que seja feito o trabalho preventivo, no campo social, para evitar que essas pessoas continuem jogadas à própria sorte, sofrendo as consequências das drogas, do alcoolismo, da pobreza extrema e da delinquência", acrescentou o delegado.

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