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Protesto em frente à sede do governo: policiais  pedem melhores salários e mais efetivo | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Protesto em frente à sede do governo: policiais pedem melhores salários e mais efetivo| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Policiais civis do Paraná votam em assembleia dentro de 15 dias – em data a ser definida pelas três entidades da classe – se entram em greve. Ontem, cumprindo o indicativo de greve, cerca de 2 mil dos 3,3 mil policiais paralisaram as atividades em todo o estado das 8 às 18 horas. Com apenas 30% do efetivo nas delegacias, os policiais registraram apenas boletins de ocorrência de flagrantes, cumpriram expediente interno e fizeram a guarda de presos. A reivindicação é por aumento salarial, contratação de mais policiais e a retirada de presos das delegacias.

No Centro Cívico, em Curitiba, cerca de 500 policiais fizeram passeata até o Palácio das Araucárias, sede provisória do governo do estado. Os manifestantes levaram caixões representando a situação da segurança pública no Paraná. "O policial civil está ganhando pouco, o efetivo é pequeno e o volume de trabalho é muito grande", argumenta o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Ademilson Batista. De acordo com Batista, no governo Requião a Polícia Militar conquistou aumento de 217%, enquanto que para a Civil ficou em 51%.

Ainda de acordo com os policiais, o governo não cumpriu o decreto 5.721, de 2006, que previa a elaboração de um plano de modernização da Polícia Civil, que incluiria um plano de cargos e salários. "Hoje (ontem) o decreto completa quatro anos e até agora o governo nos entregou apenas uma tabela em branco", ressalta o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol), André Luiz Gutierrez.

O presidente do Sinclapol reclama ainda das condições de trabalho a que os policiais estão sujeitos. "Há delegacias no interior com apenas dois policiais, com os agentes fazendo plantão 24 por 24 horas, praticamente obrigando o policial a morar no distrito", afirma Gutierrrez.

A reclamação também é referente aos detentos. De acordo com Gutierrez, dos 30 mil detentos no estado, mais da metade, 15,5 mil, está nos distritos policiais. "O governo tem que construir um presídio com 10 mil vagas provisórias, porque o preso só deve ficar na delegacia durante a investigação. Policial não é carcereiro", enfatiza.

Em maio, o governador Ro­­berto Requião declarou que a construção de 61 celas modulares na região metropolitana resolveria a superlotação e esvaziaria as celas das delegacias de Curitiba e região. "A polícia não é feita de carceiros. A polícia tem que estar nas ruas, investigando", disse o governador à época. Seis meses depois, a realidade de superlotação continua.

A Delegacia de Furtos e Roubos voltou a abrigar presos dois meses depois de ser esvaziada em maio. Interditada pela Vara de Exe­cu­ções Penais, a carceragem abriga hoje 31 detentos. Assim que foram retirados os presos em maio, a Secretaria de Segu­rança Pública prometeu reformar a carceragem da Furtos e Roubos. Mas até agora nada foi feito. Por falta de estrutura, os detentos não recebem visitas.

No 12.º Distrito, em Santa Felicidade, a situação é pior. Ontem eram 143 detentos em um espaço com capacidade para 26. A carceragem do 12.º também está interditada. "Prometeram que iam esvaziar a carceragem, mas nada foi feito", relata um policial.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública informou que não se pronunciará sobre a paralisação dos policiais civis.

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