• Carregando...
Para conselho de usuários do hospital, o HPM não tem condições de atender aos 120 mil servidores estaduais | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Para conselho de usuários do hospital, o HPM não tem condições de atender aos 120 mil servidores estaduais| Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo

Reclamação

Paciente insiste para ser atendido

O professor Matheus Netto Bacanof procurou ontem o HPM em busca de atendimento médico. Ele não aceitou a justificativa da recepcionista, por telefone, de que o caso não era de emergência. Com sérios problemas circulatórios, Bacanof esteve internado do dia 18 a 25 de outubro no Hospital Santa Isabel. Recebeu alta, mas ainda precisa de uma série de exames e procedimentos. "Não posso esperar até o fim do mês. Se for assim, vou perder minha perna", lamenta. Depois de muita insistência, o professor convenceu os atendentes da gravidade do caso e conseguiu uma consulta para retomar o tratamento.

"Como funcionário público, não estou contente com o sistema oferecido aos servidores", diz.Marly Agda Moraes, esposa de um militar, reclama que o atendimento no HPM é insuficiente para a demanda atual. Ela só tem um rim e frequentemente precisa de exames de sangue. Há duas semanas, ela recorreu a um posto de saúde de Curitiba para fazer um hemograma.

O início do atendimento médico do funcionalismo estadual no Hospital da Polícia Militar (HPM) está conturbado. Pacientes que estavam em tratamento nos hospitais São Vicente e Santa Isabel – que encerraram o convênio do Serviço de Atendimento à Saúde (SAS) com o governo do Paraná – estão procurando o HPM. Mas a informação que recebem é que, durante os próximos 30 dias, somente casos de urgência e emergência serão atendidos. Para quem precisa de atendimento ambulatorial, consultas e cirurgias eletivas, a recomendação do governo estadual é esperar que o serviço seja regularizado.

Com a estrutura atual, o HPM não tem condições de atender à demanda de 120 mil servidores públicos estaduais de Curitiba, Região Metropolitana e Litoral. Essa é a alegação do conselho de usuários da unidade, que em nota se manifestou contra o convênio firmado com o governo do Paraná. O próprio governo reconhece que o hospital precisa passar por adequações para prestar o serviço ao funcionalismo, mas argumenta que teve de tomar uma medida emergencial. Os funcionários tinham direito a consultas e cirurgias nos hospitais São Vicente e Santa Isabel, no entanto o convênio acabou no dia 27 de outubro e as unidades não quiseram renová-lo.

"Hoje o HPM é subutilizado, mas vamos injetar recursos e queremos que ele seja totalmente ocupado", diz José Fernando Macedo, superintendente do Sistema de Atendimento à Saúde do Servidor do governo estadual. O convênio ainda não foi firmado, mas a previsão é que R$ 3,2 milhões adicionais sejam repassados ao hospital todos os meses.

Os diretores do HPM informaram que, em respeito à hierarquia militar, não dariam entrevistas. Já a assessoria de imprensa da PM afirmou que a corporação está avaliando a demanda e só depois de ter um prognóstico vai comentar o caso. Nos quatro primeiros dias em que o HPM esteve aberto para o funcionalismo estadual, foram realizados 80 atendimentos.

Alta demanda

A Associação de Defesa dos Interesses dos Policiais Militares (Amai) afirma que hoje o HPM não tem condições nem mesmo de dar vazão à demanda dos policiais e familiares. "Vão atender todo mundo com o quê? Uma estrutura que não é suficiente para 40 mil não pode receber 120 mil", declara o presidente da Amai, coronel Elizeu Furquim.

Interatividade

Você precisou do Hospital da Polícia Militar recentemente? Como foi o atendimento?

Escreva para leitor@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Coluna do Leitor

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]