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Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Zagueiro João Leonardo entra no lugar de Danilo, que está suspenso. Jancarlos também é desafalque| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Doze pessoas foram presas, entre elas o ex-policial civil, Alexandre Gonçalves, 37 anos, na manhã desta terça-feira em Curitiba e região metropolitana. A operação foi realizada pela Delegacia de Estelionato e Desvio de Cargas da Polícia Civil do Paraná, para desmanchar duas quadrilhas que utilizam empresas de fachada para aplicar golpes no comércio de Curitiba.

Cinco pessoas estão foragidas. Ao todo foram expedidos 16 mandados de prisão e outros 18 de busca e apreensão. Uma pessoa presa nesta manhã portava documentos falsos e foi detida em flagrante. Entre o material apreendido, estão 10 veículos, três armas de fogo, dinheiro (dólares e reais), computadores, notebooks, farta documentação e centenas de mercadorias. A suspeita da polícia é que estes produtos, recolhidos em dois barracões, tenham sido comprados de forma ilícita.

Como agiam

Por telefone, o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, que coordenou a ação policial, explicou que as duas quadrilhas agiam no mesma ramo, mas de forma independente. "As quadrilhas usavam documentação roubada ou de pessoas mortas para abrir empresas. As empresas funcionavam normalmente por três meses, mas neste período a quadrilha comprava carros, fazia financiamentos de carros e caminhões, crédito bancário e vendia produtos roubados", conta.

Quando a pessoa lesada, que tinha o documento usado de forma ilegal pelo grupo, começava a receber as contas, é que percebia que fora vítima de um golpe. As duas empresas, segundo Brown, lesou dezenas de pesssoas e teria faturado cerca de R$ 2 milhões.

As quadrilhas

A primeira quadrilha investigada, segundo a polícia, seria chefiada por Valmir Marafon que gerenciaria negócios fraudulentos por meio da empresa Dom Eletro Eletrodomésticos Ltda., com duas lojas em Curitiba, uma no bairro Boqueirão e outra no Portão. De acordo com o delegado Rodrigo Brown de Oliveira, a empresa teria sido aberta em outubro de 2006 com o nome de uma pessoa morta e de outra que teve os documentos roubados.

A segunda quadrilha desmantelada é acusada de abrir a empresa RM Trade Solutions Telecomunicações Ltda. do Paraná, que fica no Boqueirão, em nome de uma pessoa que já morreu e de outra que teve seus documentos roubados. A empresa, suspeita a polícia, teria sido aberta por Josuel Inácio dos Santos, que ao lado de Alexandre Gonçalves e Otacílio Rojas Martins movimentavam os negócios. A polícia agora vai investigar a documentação da empresa Empório Comércio de Produtos Óticos Ltda., que está instalada no mesmo endereço da RM.

Golpes

Uma das quadrilhas, diz Brown, chegou a fazer financiamento de 25 veículos - todos usando documentação roubada. Destes 25 carros, 10 foram apreendidos. O grupo criminoso conseguia estes documentos com a ajuda de um papiloscopista (profissional que trabalha com a identificação humana) da Polícia Civil - que está foragido. "Ele (papiloscopista) recebia propina para falsificar documentos. Como é um policial e servidor público ele deve se entregar, já que pode até perder o cargo", disse o delegado.

Os presos devem ser encaminhados para o Centro de Triagem em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. Os depoimentos devem começar nesta quarta-feira. A polícia acredita em envolvimento de outras pessoas. As investigações que resultaram na operação começou há quatro meses. "Foi no decorrer das investigações que descobrimos que as duas quadrilhas agiam de forma semelhante", disse o delegado. A operação contou com cerca de 60 policiais e teve apoio no cumprimento dos mandados dos policiais do Núcleo de Repressão contra Crimes Econômicos (Nurce) e do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope).

Crimes

De acordo com a polícia, as pessoas presas nesta terça-feira envolvidas no esquema poderão ser indiciadas por falsificação de documento público, estelionato e formação de quadrilha.

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