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A venda dos lotes de quatro marcas sob suspeita foram proibidas no Rio Grande e no Paraná | Ronaldo Bernardi/Agência RBS/Folhapress
A venda dos lotes de quatro marcas sob suspeita foram proibidas no Rio Grande e no Paraná| Foto: Ronaldo Bernardi/Agência RBS/Folhapress

100 milhões de litros de leite foram transportados pelos investigados na operação entre abril de 2012 e maio de 2013. Estima-se que o volume contivesse cem toneladas de ureia.

Oito pessoas foram presas no Rio Grande do Sul suspeitas de adulterar o leite fornecido a quatro indústrias de envase com formol, uma substância cancerígena. Um nono mandado de prisão preventiva foi emitido pela Justiça, mas não havia sido cumprido até o início da noite de ontem.

A fraude foi constatada em seis lotes de caixas longa vida da marca Italac, um da Líder, um da Mumu e outro da LatVida. Todas foram recolhidas pela Vigilância Sanitária gaúcha. No Paraná, onde as marcas também são comercializadas, a Secretaria de Estado da Saúde determinou o recolhimento preventivo dos lotes sob suspeita.

Segundo o Ministério Público gaúcho, os acusados devem ser denunciados por crime hediondo de corrupção de produtos alimentícios. "O caso é mais grave que o tráfico de drogas, pois o traficante vende para quem quer comprar o tóxico enquanto na adulteração do leite o produto é entregue ao consumidor, que não tem nenhum conhecimento prévio sobre a situação desse produto", comparou o promotor de Justiça Mauro Rockembach.

Os investigadores da operação, denominada "Leite Compen$ado", se mostraram revoltados especialmente com uma das interceptações telefônicas feitas com autorização da Justiça na qual um dos suspeitos orienta seu motorista a separar o leite da "guachaiada" [filhos] antes de fazer a mistura fraudulenta. "Ou seja, ele pedia para deixar para ele o leite bom, antes de mandar para o consumo da população o produto com substância cancerígena." A análise inicial da investigação indica que os pequenos produtores rurais e a indústria não estão envolvidos com a fraude.

Os transportadores, que não tinham ligações entre si e agiam em regiões diferentes do Estado, compravam o leite dos fornecedores para vendê-lo ao beneficiamento. Mas aumentavam o volume do produto adicionando água e, ainda, para compensar a perda nutricional da bebida, acrescentavam ureia, um produto que contém formol.

Baixo risco

Apesar disso, médicos ouvidos pela imprensa gaúcha afirmaram que o risco oferecido pelo consumo desses lotes de leite adulterado é mínimo e só passaria a ser considerável se fosse prolongado por muito tempo. Em notas oficiais, as empresas envolvidas informaram que o problema foi pontual e resolvido com a retirada dos lotes suspeitos do mercado.

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