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A Polícia Civil de São Paulo afirma que pelo menos cinco pessoas estão envolvidas no roubo de livros raros do Instituto de Botânica, que aconteceu em fevereiro. Uma já foi presa e quatro foram identificadas.De acordo com o Deic (Departamento Estadual de Investigações Criminais), as investigações começaram a partir das imagens registradas por câmeras de segurança do instituto e pelo carro usado no crime.

O carro, que tinha placas clonadas, foi encontrado pela polícia no começo de março, após ter sido incendiado, em Pirituba (zona norte).

A investigação levou até o autônomo Carlos Xavier de Araújo Lima, 38, que era procurado por roubo. A polícia passou a monitorá-lo para tentar identificar outros integrantes do grupo.

Segundo o delegado Nelson Guimarães, diretor do Deic, a repercussão do crime acabou freando a negociação dos livros, mas nos últimos dias os policiais perceberam que as conversas estavam avançando e um encontro estava marcado para a noite de segunda-feira.

Sabendo apenas a região onde ocorreria a reunião, a polícia deteve Lima quando ele saía de uma academia no Bom Retiro (centro). Diversas equipes com veículos descaracterizados percorreram a região, entre o Paraíso e a Bela Vista, em busca dos outros suspeitos.

Ninguém foi localizado, mas os policiais suspeitaram de uma pilha de sacos de lixo jogados na rua Ramon Penharrubia. Ao abrirem os sacos, os agentes acabaram achando os livros.

A polícia suspeita que os bandidos deixaram os livros na rua ao perceberem a movimentação de carros pela região, que geralmente é tranquila. Agora, a polícia busca imagens de câmeras de segurança que possam ter flagrado o descarte das obras.Duas testemunhas do crime já reconheceram Lima, que também aparece nas imagens gravadas pelo instituto (usando camisa verde e boné). Ele manteve silêncio em seu interrogatório, mas a polícia diz que vai estudar a possibilidade de oferecer uma delação premiada -medida em que o preso tem benefícios com a colaboração.

Mandantes

Além de Lima, a polícia diz ter identificado outras quatro pessoas que estão envolvidas no crime. Os cinco, porém, seriam apenas os executores do roubo. Os ladrões traziam os nomes dos livros escritos em um papel.

Para Guimarães, a ação foi planejada por pessoas que conhecem a raridade das obras e o Instituto de Botânica. Ele disse que os compradores ainda são desconhecidos, mas na época do roubo testemunhas disseram ter ouvido dos ladrões que os livros iriam para o exterior.

A polícia não sabe por quanto as obras seriam vendidas. Seis meses antes do roubo, o próprio instituto havia recebido um relatório da Polícia Federal no Rio informando que uma quadrilha planejava a ação. A informação havia sido conseguida em intercepções telefônicas.

Roubo

O roubo das obras aconteceu no dia 2 de fevereiro, quando três homens renderam os dois seguranças da biblioteca, que fica no térreo do instituto, fingiram que fariam consultas e anunciaram o assalto. Os assaltantes obrigaram uma das funcionárias a abrir o local onde ficavam guardadas as obras raras, fechado por grades.

Segundo as testemunhas, eles procuravam por três obras datadas do final do século 19 e começo do século 20. São os livros "Sertum Palmarum Brasiliensium", de 1903 (cinco volumes), "Flora Fluminensis", de 1827 (11 volumes) e "Les Bambusées", de 1913 (dois volumes).

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