• Carregando...
Delegado Marcelo Arigony, responsável pela investigação, carrega volumes do inquérito, que soma 13 mil páginas | Eduardo Ramos/Folhapress
Delegado Marcelo Arigony, responsável pela investigação, carrega volumes do inquérito, que soma 13 mil páginas| Foto: Eduardo Ramos/Folhapress

700 depoimentos

foram tomados pela polícia para compor o inquérito, que inclui também vídeos e fotos da boate. A investigação, que começou no dia do incêndio, durou 54 dias.

O inquérito sobre o incêndio da boate Kiss, em Santa Maria (RS), foi encerrado ontem com o indiciamento de 16 pessoas, por crimes como homicídio doloso qualificado e fraude processual. Entre os responsabilizados estão os quatro suspeitos presos, administradores da casa noturna, bombeiros, dois secretários municipais e funcionários da prefeitura.

O delegado Marcelo Arigony, responsável pelas investigações, afirmou que vai remeter o inquérito ao Tribunal de Justiça para que também seja avaliada a responsabilidade do prefeito Cezar Schirmer (PMDB). O anúncio dos resultados da investigação ocorreu durante a tarde em um auditório da Universidade Federal de Santa Maria.

A íntegra do inquérito soma 52 volumes e 13 mil páginas. Um vídeo obtido do celular de uma das vítimas mostrando o início do incêndio foi exibido na apresentação pela Polícia Civil. É possível que novos inquéritos sejam abertos para apurar questões que acabaram de fora desta etapa. Centenas de pessoas foram ouvidas, incluindo sobreviventes, fiscais do município, o prefeito e bombeiros.

A investigação começou em 27 de janeiro, o dia do incêndio, que provocou a morte de 241 pessoas. Centenas de sobreviventes ficaram feridos, incluindo cerca de 140 que precisaram ser hospitalizados.

O fogo iniciou por volta das 3 horas, quando um integrante da banda Gurizada Fandangueira, que fazia um show no local, acendeu um artefato pirotécnico. Faíscas atingiram uma espuma usada como revestimento acústico, que começou a queimar. Uma espessa fumaça preta tomou conta de todo o ambiente da casa noturna em poucos minutos, intoxicando os frequentadores.

Desde o dia seguinte à tragédia, estão presos os sócios da boate Mauro Hoffmann e Elissandro Spohr, o vocalista da banda Marcelo Jesus dos Santos e o produtor Luciano Bonilha Leão.

O inquérito será levado ao Ministério Público, que vai analisar as provas e decidir se denuncia (acusa formalmente) os suspeitos à Justiça.

Os nomes

Veja abaixo a lista de todos os indiciados pela polícia e os respectivos crimes:

Homicídio doloso

- Marcelo de Jesus dos Santos – vocalista da banda Gurizada Fandangueira.

- Luciano Augusto Bonilha Leão – produtor da banda Gurizada Fandangueira.

- Elissandro Callegaro Spohr (Kiko) – sócio da boate Kiss.

- Mauro Londero Hoffman – sócio da boate Kiss.

- Ricardo de Castro Pasche – gerente da boate Kiss.

- Ângela Aurélia Callegaro – sócia da boate Kiss e irmã de Kiko.

- Marlene Terezinha Callegaro – sócia da boate e mãe de Kiko.

- Gilson Martins Dias – bombeiro responsável pela fiscalização.

- Vagner Guimarães Coelho – bombeiro responsável pela fiscalização.

Homicídio culposo

- Miguel Caetano Passini – secretário municipal de Mobilidade Urbana.

- Luiz Alberto Carvalho Júnior – secretário municipal do Meio Ambiente.

- Beloyannes Orengo de Pietro Júnior – chefe da Fiscalização da Secretaria de Mobilidade Urbana.

- Marcus Vinícius Bittencourt Biermann – funcionário da Secretaria de Finanças que emitiu o alvará da boate.

Fraude processual

- Gerson da Rosa Pereira – bombeiro que incluiu documentos na pasta do alvará da boate.

- Renan Severo Berleze – bombeiro que incluiu documentos na pasta do alvará da boate, responderá também por fraude processual

Falso testemunho

- Elton Cristiano Uroda – ex-sócio da boate Kiss, responderá também por falso testemunho.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]