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Uma menina de 5 anos foi libertada ontem do cativeiro onde estava desde a última quinta-feira, numa chácara na localidade de Cerrinho, área rural de Quitandinha, na região metropolitana de Curitiba. A criança foi seqüestrada na porta de casa, no centro de Campo Largo, quando saía com a mãe. O Grupo Tigre (anti-seqüestro) prendeu um casal, cuja mulher era comadre da avó da criança. Os seqüestradores chegaram a exigir resgate no valor de R$ 300 mil, exatamente o valor que um dos avós da menina tinha recebido há poucos dias com a venda de dois caminhões.

A criança foi levada por um dos seqüestradores junto com o carro da família, um Monza, na quinta-feira passada. O veículo foi abandonado em seguida, no bairro Ferraria, em Campo Largo, com problemas mecânicos. A polícia passou a desconfiar da comadre e achou os bandidos porque o valor do resgate era igual ao da venda dos caminhões.

Segundo o delegado titular do grupo Tigre, Riad Braga Farhat, a investigação foi muito tensa e feita contra o relógio. "Eles não tinha outra alternativa, senão matar a criança. Ela ia contar tudo, com quem esteve, pois a mulher a conhecia desde o nascimento", afirmou. O prazo para pagar o resgate terminaria ontem. Os vizinhos da chácara – onde trabalha o pai do seqüestrador – contaram que a menina passou a maior parte do tempo – cerca de 48 horas – brincando no cativeiro. Ela foi vista andando a cavalo e parece que não sofreu maus-tratos.

O delegado Riad Farhat disse ainda que o homem que a levou foi surpreendido pela polícia ontem cedo, por volta das 7 horas, e não chegou a reagir. "Encontramos com Valdecir da Silva, 23 anos, (sem profissão definida), um carro que foi roubado num parque da cidade no mesmo dia do seqüestro, por volta do meio-dia. Ele estava com o Corsa (placa GUQ-6291)", afirmou, sem revelar detalhes da investigação. De acordo com a polícia, o carro foi usado para levar a vítima para Quitandinha.

Para surpresa de todos, a polícia também prendeu Maria Rita Ferreira da Silva, 33 anos, que era comadre da avó da criança. Ela também é namorada de Valdecir Silva. Segundo o delegado Riad Farhat, as pessoas que moram na chácara não sabiam de nada. Já o seqüestrador disse que o crime foi planejado e executado pelo casal.

Emocionados, os pais contaram ontem na sede do Grupo Tigre o drama que a família viveu nos últimos dois dias. "Não conseguia mais comer, só pensava nela", disse a mãe, a professora Andréia Madej. Ela disse que nos contatos feitos, os seqüestradores faziam ameaças. "Eles diziam que se o resgate não fosse pago, a família nunca mais veria a menina", relatou a mãe. Já o pai, José Adolfo Madej, foi enfático, dizendo "sou um trabalhador, não tinha esse dinheiro". Ele é controlador de materiais de uma multinacional na Cidade Industrial de Curitiba (CIC).

A criança ficou até o início da tarde no Grupo Tigre, antes de voltar com os pais para Campo Largo, onde foi recebida por parentes e amigos. Esse é segundo seqüestro que o Grupo Tigre soluciona em menos de 20 dias.

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