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Atualizado em 18/8/2006, às 19h50

O superintendente da Polícia Federal no Paraná, Jaber Saadi, informou que deve ser pedida à Justiça a prorrogação da prisão de alguns dos detidos na Operação Dilúvio. Noventa e sete pessoas foram presas desde quarta-feira (16). Elas estão em prisão temporária, que tem duração de cinco dias.

A previsão é de que a Polícia Federal peça a prorrogação por mais cinco dias ou a transformação em prisão preventiva. O objetivo, segundo Saadi, é ter mais tempo para ouvir os depoimentos dessas pessoas e descobrir novos detalhes do esquema de fraude em importação de mercadorias.

Novas prisões

Segundo Saadi, novos suspeitos de envolvimento no esquema devem ser presos. Saadi explicou que com a arrecadação da documentação, desse material de informática, fará "uma devassa geral, desde os cabeças até os varejistas". Novos nomes, de acordo com o superintendente, não estão descartados.

Empresários de Miami presos ao desembarcar Os empresários brasileiros Adilson Tadeu Soares e Márcio Campos Gonçalves, donos - respectivamente - da Feca International Corporation e da All Trade, em Miami nos Estados Unidos, receberam voz de prisão assim que desembarcaram, na madrugada desta sexta-feira (18), no Aeroporto Internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais, na região metropolitana de Curitiba.

Os dois foram identificados pela Polícia Federal durante a "Operação Dilúvio", mas só foram presos quando desembarcaram em solo brasileiro. Os empresários já foram ouvidos e permanecerão presos na superintendência da PF, em Curitiba. A PF estima que tenha sido apreendido cerca de R$ 1,5 milhão em produtos em barracões em Miami.

Os dois empresários são acusados de envolvimento no que a PF considera o "maior esquema" de fraudes em importações já descoberto no Brasil, encabeçado pelo empresário Marco Antonio Mansur, do grupo MAM, preso na quarta-feira em São Paulo. Só em Imposto sobre Importação, o grupo é acusado de sonegar US$ 500 milhões (aproximadamente R$ 1,1 bilhão) nos últimos quatro anos.

Segundo a PF, a organização atuava há pelo menos dez anos, num esquema que envolvia empresas de fachada e empresários "laranjas" para a importação a preços subfaturados de produtos de marca. Empresas varejistas também estão envolvidas no esquema.

A Feca e a All Trade seriam responsáveis pela compra de produtos em Miami e o envio para o Brasil com o valor bem abaixo. Esta diferença, segundo a PF, voltava para os EUA por doleiro ou conta CC5 (usada para fazer remessas legais). As notas de importação, com os valores subfaturados, eram falsificadas no Brasil.

Balanço

Com a prisão de Soares e Gonçalves, a superintendência da PF, em Curitiba, contabiliza 97 presos durante a operação e não 102 como anteriormente havia sido divulgado. Seriam 32 no Paraná (11 em Curitiba e Paranaguá e 21 na região de Maringá), 32 em São Paulo, 18 no Rio de Janeiro, nove em Santa Catarina, um em Pernambuco, dois no Espírito Santo, um na Bahia e dois nos Estados Unidos.

A PF informou ainda que 173 mandados de prisão foram cumpridos e, para não atrapalhar as investigações e possíveis prisões, não divulgou os estados em que a PF ainda estaria agindo. A tendência, ainda de acordo com a PF, é que todos os presos sejam ouvidos em Curitiba. Para isso, alguns detidos que já foram ouvidos estariam sendo encaminhados para unidades prisionais da cidade.

Esta teria sido, de acordo com a PF em Curitiba, a maior operação da história da corporação. Quase 100 pessoas foram presas e nenhum tiro foi disparado.

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