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Sting: sem dom para as rimas | Arquivo Gazeta do Povo
Sting: sem dom para as rimas| Foto: Arquivo Gazeta do Povo

A Polícia Federal encontrou indícios de que podem ter havido casos de tortura dentro da sede da empresa de segurança Centronic. O superintendente da PF no Paraná, Delci Teixeira, concedeu uma entrevista coletiva nesta terça-feira (23) explicando como estão as investigações das denúncias feitas contra a empresa, após a morte do estudante Bruno Strobel Coelho Santos. A PF investiga se os vigilantes da empresa têm o curso de formação exigido por lei.

Os vigilantes Marlon Balem Janke, 30 anos, Eliandro Luiz Marconcini, 25, e Douglas Rodrigo Sampaio Rodrigues, 26, todos da Centronic, são acusados da morte do estudante. Bruno Strobel teria sido pego pelos vigilantes pichando um muro de uma clínica no bairro Alto da XV. O rapaz foi levado à sede da Centronic, torturado e assassinado com um tiro na cabeça.

Os vigilantes Marconcini e Rodrigues deram versões diferentes para o crime. O primeiro afirmou que o estudante foi morto em Almirante Tamandaré, na região metropolitana de Curitiba. Já o segundo disse que Bruno Strobel já chegou morto em Almirante.

Na coletiva desta terça-feira, o superintendente da PF afirmou que os policias federais encontraram irregularidades na Centronic, na última semana, quando foram apreendidos documentos na empresa. A quantidade de munições no estoque da Centronic também não batem com o número passado para a PF. Segundo Delci Teixeira, os policiais estão analisando os documentos apreendidos e verificando se as armas da empresa estão legalizadas.

Durante a vistoria na sede da Centronic, os policiais federais encontraram marcas de tinta nos armários e no porta-malas do carro da empresa, possíveis indícios que os vigilantes torturavam as vítimas dentro da Centronic. "O que nos preocupa é se a empresa autorizava, ou ao menos não fiscalizava, seus veículos e se suas instalações fossem utilizadas para fins diversos daquele a que a empresa foi formada. Ou seja, pessoas mantidas em cárcere privado, pessoas submetidas a maus-tratos em seu interior", afirmou Delci Teixeira.

O superintendente afirmou que a polícia tenta comprovar se as torturas aconteciam dentro da empresa. Segundo informações do telejornal ParanáTV, durante as investigações serão ouvidas testemunhas, vigilantes, possíveis vítimas e o dono da Centronic.

"Parece-me que numa situação dessas, de que pessoas são levadas para o interior da empresa, está totalmente fora daquilo que foi autorizado ao funcionamento da empresa. Se isso for realmente comprovado, certamente nós vamos pedir o cancelamento de funcionamento desta empresa", definiu Delci Teixeira.

Além da sede da Centronic, os policiais federais também vistoriaram o galpão onde foram filmadas as imagens de torturas contra dois jovens. As imagens estavam armazenadas no celular de Marlon Balem Janke, principal suspeito de ter atirado contra o estudante Bruno Strobel. Segundo a PF, a Centronic já foi autuada três vezes por empregar seguranças sem o curso de formação exigido por lei.

O advogado da Centronic, Elias Mattar Assad, afirmou que a empresa vai esperar o final das investigações da PF. "Caso sejam apontadas irregularidades, acho que elas podem ser sanadas. Isso não vai acarretar na perda do registro de funcionamento da empresa", definiu Assad. O advogado afirmou que a empresa não pode responder pelos atos criminais que os três vigilantes cometeram no assassinato do estudante Bruno.

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