A Polícia Federal prendeu nesta terça-feira (4) cinco envolvidos num esquema de empresas fraudulentas em Minas Gerais, abertas em nome de laranjas, para levantar empréstimos no sistema financeiro além de assumir dívidas tributárias e trabalhistas. Entre 1999 e 2010 de acordo com a investigação da polícia, foram criadas mais de 70 empresas.
A operação realizada nesta terça, batizada de Cáften, resultou em cinco prisões e no cumprimento de 16 mandatos de buscas e apreensão na região metropolitana de Belo Horizonte. O líder da quadrilha, um empresário de Belo Horizonte que atua no ramo de informática e cosméticos, foi um dos presos. A Polícia Federal não confirmou seu nome. A empresa de cosméticos fundada por ele utiliza o nome fantasia Lacquaderm e tem sede no município de Nova Lima.
Segundo o delegado Marco Alexandre Veloso, um dos coordenadores da operação, a PF vinha investigando o esquema há dois anos, depois que um ex-integrante da quadrilha concordou em denunciar o esquema. Depois de contrair dívidas com fornecedores e bancos, além das Receitas Estadual e Federal, as empresas eram abandonadas.
"Os empréstimos não eram pagos e os laranjas eram também abandonados, com o nome sujo", explicou o delegado. Novos negócios eram abertos, em seguida, em nome de outras pessoas. A maior parte dos laranjas, de acordo com a PF, eram empregados sem qualificação de empresas envolvidas no esquema e não possuíam capacidade econômico-financeira para serem sócios de empresas.
Na Operação Cáften, trabalharam 80 policiais federais, 19 servidores da Receita Federal e ainda dois funcionários da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Suspeita-se que a Lacquaderm, além de produzir cosméticos sem autorização da Anvisa, também tenha cometido outras irregularidades, como utilização de insumos vencidos.
De acordo com o delegado Veloso, além dos crimes de formação de quadrilha e falsidade ideológica, os envolvidos poderão responder por crime de sonegação fiscal, crime contra o sistema financeiro nacional, evasão de divisas, lavagem de dinheiro, estelionato e extorsão. A prática de estelionato judiciário também foi constatada já que, para postergar a conclusão dos processos sobre os direitos dos credores das empresas envolvidas no esquema criminoso, a quadrilha abarrotava a Justiça com contestações e petições com fundamentos falsos em nome de laranjas. A má-fé dos advogados representantes de membros da organização criminosa também está sendo investigada.
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