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Apesar do trabalho de repressão das polícias, as drogas estão mais acessíveis ao usuário. A avaliação é do delegado-chefe da Polícia Federal (PF) em Londrina (Norte do Paraná), Evaristo Kuceki. Ele afirma que houve aumento na quantidade de entorpecentes apreendidos. Segundo Kuceki, a estimativa é que a polícia tire de circulação somente 5% das drogas que são produzidas e comercializadas.

Na manhã desta quarta-feira (24), cerca de 750 quilos de maconha e cocaína foram incinerados nos fornos da Cooperativa Integrada, na zona oeste de Londrina. Essa droga foi apreendida em operações de fiscalização, a partir de 2005, e teve a destruição autorizada pela Justiça neste mês. A maior parte dos entorpecentes, 481,603 quilos, é de maconha – há uma pequena porção de haxixe e outra de crack. Outros 268,148 quilos são de cocaína.

Neste ano, as operações de combate ao tráfico de drogas resultaram na apreensão de 259,480 quilos de maconha e 249,910 de cocaína - 30 pessoas foram presas. A PF não divulgou os números do ano passado. "Londrina é rota do tráfico. Temos visto que, apesar da queda de alguns cartéis internacionais com atuação no Brasil, as drogas estão se disseminando. É um mercado muito sedutor", afirmou Kuceki. O preço da cocaína, por exemplo, chega a triplicar de valor entre a produção e o consumidor final.

Na opinião do delegado Michel Araújo, do Núcleo de Repressão ao Tráfico de Drogas, da Polícia Civil, o que ocorre não é um aumento do tráfico, mas sim, da repressão. "Acredito que a ação dos organismos policiais dá essa impressão. No caso do Núcleo, não deixamos que a droga chegue em Londrina, até pela questão de superlotação da estrutura prisional", disse. O Núcleo, que funciona desde março, apreendeu meia tonelada de drogas, a maior parte maconha, e realizou 36 prisões, sendo que outras 50 são de crimes relacionados ao tráfico – receptação de mercadoria roubada, por exemplo.

A investigação das mulas - pessoas que fazem o transporte das drogas - invariavelmente leva ao crime organizado. "A cocaína que foi apreendida ontem [na última segunda-feira] na Rodoviária estava embalada em cápsulas, talvez o destino fosse o exterior. Apreendemos o celular da mulher e chegamos ao fio da meada. Há grandes empresários do crime, milionários trabalhando com drogas", avaliou Kuceki. A droga, um quilo de cocaína, estava na bolsa de uma mulher de 35 anos, que seguiria para o Rio de Janeiro.

O transporte rodoviário é o principal meio utilizado pelo tráfico na região, mas segundo o delegado-chefe, pistas clandestinas também têm sido usadas para pouso de aviões vindos da Bolívia e Colômbia. "Muitas vezes a droga que apreendemos na rodoviária chega de avião em Londrina. Estamos investigando", disse. Uma pista de terra com 200 metros de comprimento é suficiente para pouso e decolagens de aviões Cessna, freqüentemente usados pelo tráfico.

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