A Polícia Civil de Carlópolis, no Norte Pioneiro, indiciou 23 pessoas titulares de benefícios do programa Bolsa-Família, do governo federal, acusadas de fraude. Segundo o delegado Juliano Fonseca, que já instaurou inquérito policial para apurar o caso, todos os beneficiários do programa serão investigados.
A possibilidade de fraude foi questionada pelo Centro de Apoio Operacional do Ministério Público Estadual, em Curitiba que cruzou informações cadastrais dos investigados com o Departamento de Trânsito (Detran) do Paraná. O resultado da ação foi a descoberta que todos os beneficiários possuem veículos em seus nomes.
O Bolsa-Família é um programa que deveria atender especificamente famílias consideradas em situação de pobreza, com renda per capita de até R$ 100 mensais, e de extrema pobreza, com renda per capita menor que R$ 50 por mês. Os valores repassados pelo governo variam entre R$ 60 e R$ 100.
A Polícia Civil está intimando todas as 929 pessoas inscritas no programa para depor. Segundo a promotora Vilma Leiko Kato, o Ministério Público de Carlópolis continua aguardando a conclusão do inquérito para decidir se denuncia ou arquiva o processo.
Além de ouvir os envolvidos, o delegado pretende pedir informações nos cartórios da cidade e da região para saber se algum dos indiciados também possuem imóveis em seus nomes, o que configuraria mais uma irregularidade na concessão do benefício.
Ontem à tarde, o prefeito de Carlópolis, Isaac Tavares da Silva (PMDB), informou que no início de 2005 já havia ocorrido uma suspeita de fraude. "Determinei que fosse feito um recadastramento das famílias dias depois", garantiu. No entanto, o prefeito disse desconhecer que uma nova fraude estivesse sendo praticada em seu município. "Vou colaborar com as investigações", disse. Todos os meses o governo federal repassa R$ 46 mil a 927 famílias cadastradas no programa em Carlópolis.
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