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São Paulo – A advogada Carla Prinzivalli Cepollina, 40 anos, foi oficialmente indiciada pela Polícia Civil pelo assassinato do seu namorado, o coronel da reserva e deputado estadual Ubiratan Guimarães, 63 anos. A decisão ocorre 19 dias após o crime, cometido no apartamento dele, nos Jardins (zona oeste de São Paulo).

No início da tarde, algumas horas antes de Carla ter suas impressões digitais colhidas e ser fotografada para a inclusão no inquérito, alguns dos atos formais da acusação pelo assassinato, a mãe dela, a advogada Liliana Prinzivalli acusou os integrantes do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) de "perseguição".

Para Liliana, presa segunda-feira por porte ilegal de arma e liberada após pagamento de uma fiança de R$ 800, Carla foi acusada pelos investigadores do DHPP de ter dado um tiro de revólver calibre 38 no abdômen de Ubiratan porque ela, Liliana, sempre foi combativa e dedicou parte de sua vida profissional "a denunciar policiais civis supostamente envolvidos em corrupção" e outros tipos de crime.

A perseguição contra Carla, segundo Liliana, é motivada pela sua atuação no processo em que o delegado Wagner Giudice, hoje diretor da Divisão Anti-Seqüestro (DAS), foi acusado de receber dinheiro do professor de Direito Civil da USP Alcides Tomasetti Júnior para não indiciá-lo no inquérito que investigou a morte da mulher dele, a procuradora do Estado Denise Piovani, em 1996. Giudice nega a acusação.

Liliana também afirmou que irá denunciar o processo de indiciamento da filha à Corte Interamericana de Direitos Humanos da Organização dos Estados Americanos (OEA).

Após o fim do inquérito em que Carla figura agora como acusada por homicídio doloso duplamente qualificado – motivo fútil (ciúmes) e recurso que impossibilitou a defesa da vítima –, o caso será entregue ao Ministério Público e ao Poder Judiciário. O promotor Luiz Fernando Vaggione irá denunciar Carla à Justiça. "Ela é a assassina do coronel. Estou convencido disso", afirmou Vaggione. "Há uma avalanche de indícios contra ela. Ela já deveria ter confessado o crime. Só não temos mais porque ela ocultou provas. Ela não entregou à polícia a roupa branca que usou no dia crime e também escondeu a arma utilizada para matar o coronel."

Ontem, peritos encontraram vestígios de chumbo em uma calça de Carla. A peça foi lavada com alvejante.

A polícia concluiu que Ubiratan foi morto entre 19h30 e 20h30, período em que Carla ainda estava no apartamento do namorado, segundo apurou a investigação. A própria advogada afirmou que chegou ao local por volta das 18 horas e saiu de lá por volta das 20h30, quando Ubiratan estaria dormindo.

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