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Prédios públicos e privados do Centro do Rio, como o da Câmara Municipal, voltaram a ser atacados por vândalos terça-feira | Tânia Rêgo/ Agência Brasil
Prédios públicos e privados do Centro do Rio, como o da Câmara Municipal, voltaram a ser atacados por vândalos terça-feira| Foto: Tânia Rêgo/ Agência Brasil

Patrimônio

Prédios históricos voltam a ser alvo de vândalos

Espaços históricos de artes, lazer e diplomacia têm sido alvos das depredações de vândalos no Centro do Rio. Na noite de terça-feira, mais uma vez, esses prédios não escaparam ilesos. Na Praça Floriano, o Cine Odeon — um dos poucos cinemas de rua que ainda resistem com as portas abertas — teve os vasos de plantas e uma vidraça quebrados.

Os vândalos danificaram ainda as janelas do Centro Cultural Justiça Federal, na Avenida Rio Branco. O prédio vizinho da Justiça Federal, apesar de cercado de tapumes, teve as janelas do térreo e da sobreloja quebradas. O Clube Militar Duque de Caxias, na Avenida Rio Branco, teve os tapumes de madeira atingidos por fogo.

Sede da EBX, do empresário Eike Batista, o célebre Edifício Serrador também foi danificado por pedras em manifestações anteriores. Os vândalos não pouparam nem mesmo o prédio da Biblioteca Nacional. Na noite da terça-feira, os manifestantes arrancaram chapas de aço que serviam de tapumes na fachada para utilizar como escudo.

64 pessoas foram presas e 20 menores apreendidos em flagrante após os atos de vandalismo na noite de terça-feira no Centro do Rio de Janeiro. Conforme o balanço divulgado pela Polícia Civil, deste total, 27 pessoas foram autuadas com base na nova lei de organização criminosa, por crimes como dano ao patrimônio público, formação de quadrilha, roubo e incêndio. Os delitos são inafiançáveis. Ao todo, segundo a Polícia Civil, 190 pessoas foram conduzidas para oito delegacias da capital, sendo 57 menores de idade.

O delegado Orlando Zaccone, titular da 15.ª DP (Gávea), conversou na tarde de ontem com o jovem Rodrigo Gonçalves Azoubel, 18 anos, que está internado na Clínica São Vicente após ter sido baleado na noite de terça-feira durante confrontos entre policiais e mascarados no Centro do Rio. Rodrigo contou que não ouviu o barulho de tiros e também não soube dizer de onde partiram os disparos. Conforme o delegado Zaccone, o caso será transferido para a 5.ª DP (Mem de Sá) e as informações serão concentradas na Chefia de Polícia Civil.

O tumulto de terça-feira terminou com dois policiais e seis manifestantes feridos. Segundo balanço da Polícia Civil, 190 pessoas foram conduzidas para oito delegacias da Capital, sendo 57 menores de idade. Já a Ordem dos Advogados do Brasil do Rio de Janeiro (OAB-RJ) diz que foram 208 detidos, levados para dez delegacias diferentes.

O presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB-RJ, Marcelo Chalreo, esteve na Clínica São Vicente na manhã de ontem para acompanhar o caso do jovem baleado. Chalreo disse que advogados e voluntários que estavam na manifestação recolheram várias cápsulas, de diferentes calibres, que estavam espalhadas no trecho do Centro onde ocorreram os confrontos.

"O rapaz foi atingido por volta das 20h30. Não há registro de manifestantes com arma de fogo. O uso de armas deve ser creditado às forças de segurança do estado", afirmou o advogado.

O pai de Rodrigo é assessor técnico do Ministério da Cultura. No Facebook, um perfil que seria do rapaz mostra que ele tem participado de diversas manifestações no Rio, apesar de morar em Recife. Em uma imagem postada em junho, que teria sido captada de uma gravação da TV Globo, ele aparece em frente da escadaria da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Investigação

Imagens divulgadas pelo "Bom Dia Rio", da TV Globo, mostram três homens atirando durante o protesto. Aos seis minutos e trinta segundos do vídeo, eles aparecem atrás de uma banca de jornal fazendo disparos de arma de fogo.

Os três seriam seguranças de uma instituição privada de ensino superior, segundo denúncia investigada pela Coordenadoria de Inteligência da Polícia Militar (PM). A PM afirma que os atiradores não foram identificados como integrantes do serviço reservado da corporação.

"A PM me informou preliminarmente que não havia policiais armados escalados para aquele serviço. De qualquer forma, sejam policiais ou não, obviamente terão que responder pelo uso de arma de fogo em via pública", afirmou o secretário de Segurança Pública do Estado, José Mariano Beltrame.

O secretário também disse que, apesar de desconhecer a atuação de PMs armados no protesto, a possibilidade não é inviável. "Eu não vejo problema deles andarem armados. O problema é você usar mal uma arma", resumiu.

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