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Rachel estava desaparecida desde a segunda-feira (3) | Reprodução Orkut
Rachel estava desaparecida desde a segunda-feira (3)| Foto: Reprodução Orkut

Mãe de menina não sabe detalhes do crime

A mãe da menina Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre, de 9 anos, está sendo poupada dos detalhes da morte da criança, segundo o padrinho de Rachel, Marcos Antônio Santos. Maria Cristina Lobo deve deixar Curitiba ainda nesta quinta-feira (6). "Queremos que ela fique longe de tudo isso", afirmou Santos, apontado como porta-voz da família.

Segundo Diana Leão, vizinha de Maria Cristina e madrinha do irmão de Rachel, a mãe da menina não dormiu desde que a filha desapareceu, na segunda-feira (3). "Ontem ela quis ver o jornal. Eu não deixei. Disse: ‘se você quiser saber alguma coisa, eu te conto’. Ela não quis", contou Diana.

O irmão de quatro anos de Rachel também não sabe ainda o que aconteceu. "Ele pergunta da irmã, mas o que a gente vai dizer?", conta Diana.

A família materna de Rachel deve deixar a cidade para um sítio em Santa Catarina. "Pedimos a todos que dêem espaço para ela, por melhores que sejam as intenções, porque a dor é muito grande", afirmou Santos. Leia matéria completa

Imagens externas da rodoviária não trouxeram pistas para investigação

Dicas de segurança

Cuidados que os pais devem tomar com os filhos menores de 12 anos

- Acompanhá-los na escola, na ida e a volta, e avisar o responsável da escola sobre quem irá buscá-los na saída.

- Orientá-los a não aceitar presentes e doces de estranhos.

- Conhecer as pessoas que convivem com as crianças em todos os ambientes.

- Colocar sempre bilhetes de identificação dos pais dentro da roupa dos filhos.

- Não permitir que brinquem sozinhos na rua nem que fiquem sem alguém em casa.

- Fazer com que os vizinhos conheçam as crianças e saibam onde elas moram e quem são os responsáveis.

- Fazer a carteira de identidade e deixar o documento sempre com eles.

- Conversar com eles todos os dias, observar a roupa que vestem e se tiveram alguma alteração de comportamento.

- Não descuidar em passeios.

- Não deixar com pessoas desconhecidas, nem por pouco tempo.

- Ensinar a chamar uma viatura policial quando houver dificuldades.

- Orientar as crianças a não se afastar dos pais.

Fonte: Sicride

A polícia investiga dois suspeitos do assassinato de Rachel Maria Lobo de Oliveira Genofre. O corpo da menina de 9 anos foi encontrado dentro de uma mala abandonada na rodoviária de Curitiba na madrugada de quarta-feira (5), com sinais de violência sexual e estrangulamento. Até por volta das 19 horas desta quinta-feira (6), no entanto, ninguém havia sido preso.

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) não divulga informações sobre o andamento das investigações. Segundo o telejornal ParanáTV 2.ª edição, policiais civis disseram que os dois suspeitos são pessoas que conheciam o trajeto feito pela menina todos os dias entre a escola, no centro da cidade, até a casa dela na Vila Guaíra. A polícia acredita que apenas uma pessoa tenha cometido o crime.

Os policiais contaram, ainda segundo o telejornal, que a análise das imagens das câmeras externas da rodoviária e da área central, próxima ao colégio onde Rachel estudava, não trouxe nenhuma pista para o caso. Não há sistema de monitoramento na parte interna do terminal. O computador que a menina usava para acessar a internet foi periciado e os policiais também não encontraram nenhuma pista.

O lençol que envolvia o corpo no momento em que foi achado também passará por uma análise. Segundo a polícia, há indícios de que ele pertence a um hotel.

Protesto

Alunos, professores e funcionários do Instituto de Educação Erasmo Pilloto, localizado no Centro de Curitiba, prometem fazer uma passeata a partir das 10h30 desta sexta-feira (7) para pedir justiça pela morte da aluna.

De acordo com Marisa Peruzzo, vice-diretora da escola, os 1,5 mil alunos do turno da manhã serão dispensados das aulas após o intervalo. "Todos estão convidados para se juntar ao pedido de paz. Esperamos a participação de mais de mil pessoas", diz Marisa.

O grupo sairá da frente do Instituto de Educação, localizado na Rua Emiliano Perneta, 92, e se seguirá pela Rua XV de Novembro até a agência dos Correios da Praça Santos Andrade. Segundo Marisa, o clima na escola, onde as aulas foram retomadas nesta quinta-feira, ainda é de luto. "Há muita comoção e revolta por parte dos alunos", diz. "Foi uma barbárie".

Enterro

O corpo de Rachel foi enterrado por volta das 10h30 desta quinta-feira(6) no Cemitério do Santa Cândida. O sepultamento aconteceu debaixo de muita chuva, acompanhado por mais de 100 pessoas, entre amigos, colegas de escola e familiares. Crianças carregavam faixas em homenagem à menina e convidavam os demais presentes a participar da passeata marcada para a sexta-feira.

Pouco antes do enterro, o pai de Rachel, Michael Genofre falou emocionado sobre a filha. "Ela era o meu tesouro. Todo mundo gostava dela", disse. "Mas, a partir de agora, ela está em uma situação melhor".

Crime

Rachel estava desaparecida desde as 17h30 de segunda-feira (3), quando saiu do Instituto de Educação, onde estudava. A menina era filha de uma professora e ia e voltava todos os dias sozinha da Vila Guaíra, onde morava, até a escola, de ônibus. O desaparecimento já estava sendo investigado desde a segunda-feira (3) pelo Serviço de Investigação de Crianças Desaparecidas (Sicride).

A mala foi encontrada embaixo de uma das escadas do setor de transporte estadual, por uma família indígena, que estava morando no local havia duas semanas. O corpo estava inteiro, ainda com o uniforme do Instituto de Educação e apresentava sinais de estrangulamento. Os médicos do IML confirmaram que a menina sofreu violência sexual.

O crime chocou família, amigos, e pais colegas da menina. Rachel cursava a 4ª série no Instituto de Educação. Filha de pais separados, a menina morava com a mãe e os avós maternos na Vila Guaíra. Em outubro de 2007, quando estava na 3.ª série, ela ganhou o terceiro lugar no 13.º Concurso Infanto-Juvenil de Redação, promovido pela Seção Infantil da Biblioteca Pública do Paraná. Este ano recebeu o primeiro prêmio no mesmo concurso.

Serviço

Quem tiver informações que possam ajudar nas investigações sobre o assassinato de Rachel pode entrar em contato com a Delegacia de Homicídios pelos telefones 3363-0121 e 3363-1518. A identidade do informante será mantida em sigilo.

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