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A Polícia Civil investiga um esquema de oferta de vagas privilegiadas para moradias populares na Cohab de Londrina, no Norte do Paraná, que lesou pelo menos 11 pessoas. O delegado Valdir Fernandes, do 3º Distrito Policial (DP) (zona oeste), deve indiciar hoje Édson Bolzoc, 50 anos, conhecido como "Foguetinho", acusado por testemunhas de cobrar R$ 225 para furar a fila de pretendentes a uma habitação popular. Perto de 19 mil estão no cadastro do órgão à espera de residências.

Testemunhas denunciaram Foguetinho após a Cohab divulgar a lista de contemplados do Residencial Anselmo Vedoato, zona norte. "Faltaram os nomes das pessoas que pagaram para o intermediário", afirmou o delegado. Como de costume, na delegacia, antes do depoimento, Foguetinho anunciou-se como sobrinho do deputado estadual Antonio Belinati (PP).

Em depoimento, segundo o delegado, confessou a intermediação, disse que atuava com autorização "de um político" e afirmou que dispunha de uma "cota" de moradias para escolhidos. "Também declarou que trabalhava com uma pessoa de dentro da Cohab e que o dinheiro seria dirigido a ela", explicou o delegado, ressaltando, no entanto, que o acusado não nomeou quem são o político e o funcionário envolvidos. Três testemunhas já confirmaram o pagamento e a promessa: "Temos indícios suficientes não só para indiciá-lo como também para pedir a prisão preventiva, o que deve ocorrer em breve", atestou Fernandes.

Foguetinho é um personagem conhecido no meio político local. À época do escândalo AMA-Comurb, que derrubou o ex-prefeito Belinati, organizava claques políticas em favor de envolvidos, entre eles o ex-deputado José Janene e o próprio ex-prefeito. Freqüenta com assiduidade a Câmara de Vereadores e a Prefeitura de Londrina.

"Até a 5ª geração não tenho nenhum parentesco com um vigarista desses. Nunca foi da minha equipe e não creio que uma indicação minha vá furar fila na Cohab. Aliás, se alguém falar meu nome na Cohab é capaz até de ficar sem casa", ironizou o deputado Belinati.

"Por enquanto não há provas de que houve colaboração com alguém da Cohab. Se tivermos provas, vamos investigar", afirma o presidente da companhia, Carlos Eduardo Afonseca e Silva. Ele afirma que na Cohab as inscrições são gratuitas e passam por rígido controle, inclusive da Caixa Econômica Federal. "É caso de polícia", defendeu.

Bolzoc não foi encontrado pela reportagem.

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