• Carregando...

A polícia investiga a morte de um biólogo francês em uma reserva ambiental particular em Santo Antônio do Tauá, no Pará. O pesquisador Pierre Jauffret, de 72 anos, foi agredido com golpes na cabeça e chegou a ficar internado, mas não resistiu aos ferimentos e morreu no domingo (13). Não há pistas dos agressores.

Segundo a delegada Maria Amélia Delgado, testemunhas dizem que um ônibus fretado teria parado próximo à Reserva Particular do Patrimônio Natural Klagesi. Um grupo de turistas pretendia usar o local como banheiro, mas foi impedido pelo biólogo. Ainda segundo a polícia, testemunhas afirmam que o pesquisador disparou dois tiros contra os turistas, mas não houve feridos. O grupo teria, então, pulado o muro e perseguido o francês até o interior da residência, onde aconteceu o espancamento.

Porém, Jacques Dominique Jauffret, filho do biólogo, contou ao G1 que seu pai foi atacado quando jantava sozinho, dentro da casa da família, que fica dentro da reserva. No dia do crime, o rapaz e a irmã tinham saído e apenas o pai estava na casa. Os parentes acreditam que o crime foi motivado por vingança.

"Meu pai era um grande ativista e fazia cumprir as leis ambientais. Ele tinha muitos problemas com caçadores que invadiam a reserva, com pessoas que tentavam ocupar a área para construir casas, com grupos que queriam extrair madeira e até com o governo, porque foi contra a instalação de um lixão nos arredores", afirma Jauffret, que desconfia da versão dada por testemunhas à polícia.

O rapaz afirma que seu pai não tinha armas e, se estivesse armado, teria atingido algum membro do grupo. Segundo a polícia, nenhuma arma foi encontrada no local. Ainda não há suspeitos, mas a família acredita que os agressores esperaram o biólogo ficar sozinho no local para atacar.

A reserva Klagesi foi criada no município em 1976 e tem área de 25 hectares. Por preservar a área, segundo Jauffret, o pai recebia muitas ameaças – a última teria sido feita há cerca de três semanas.

"Entraram em casa somente para matar. Nenhum objeto foi roubado e nada foi tirado do lugar. Acertaram a cabeça do meu pai e foram embora. Não sabemos nem quantos agressores atacaram o meu pai", diz.

Além da investigação da polícia, a embaixada da França também enviou um representante à cidade para acompanhar o caso. Os parentes, agora, esperam que a investigação aponte os responsáveis pelo crime.

"Meu pai sempre lutou muito pela natureza. Ele conseguiu manter a reserva, que é a única área preservada da região. Esperamos que esse crime não caia no esquecimento e os culpados sejam presos", afirma Jauffret.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]