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Caixas eletrônicos explodidos no distrito de Alto Alegre, em Colorado (próximo a Maringá): polícia investiga ligação do PCC com crimes desse tipo ocorridos no estado | Douglas Marçal / O Diário do Norte do Paraná
Caixas eletrônicos explodidos no distrito de Alto Alegre, em Colorado (próximo a Maringá): polícia investiga ligação do PCC com crimes desse tipo ocorridos no estado| Foto: Douglas Marçal / O Diário do Norte do Paraná

Presos da facção foram transferidos ao Paraná em 1998

Em 1998, três presos transferidos do sistema penitenciário de São Paulo chegavam à Penitenciária Central do Estado (PCE), em Piraquara, depois de uma rápida passagem por Campo Grande (MS). Os detentos eram César Augusto Roriz, o Cesinha, Mizael Aparecido da Silva e José Márcio Felício, o Geleião. Em 1993, o trio ajudara a fundar o Primeiro Comando da Capital (PCC), na Casa de Custódia e Tratamento de Taubaté, o Piranhão. Em 2001, Geleião, responsável pela facção criminosa no estado, liderou o mais longo motim do sistema prisional paranaense. Os amotinados tomaram conta do presídio durante seis dias. Um agente penitenciário e três detentos foram mortos.

A partir desta data, a ação do PCC se espalhou por outros presídios do Paraná, com a arregimentação de outros detentos. O desenvolvimento da facção criminosa no estado foi acompanhado pelo promotor Leonir Batisti, coordenador do Gaeco, que tem um dossiê com os nomes dos principais integrantes do grupo e monitora a ação da organização criminosa. Nesta quinta, Batisti informou que o nome de Orellano não constava ainda em sua relação.

A Polícia Civil do Paraná está investigando se os ataques a caixas eletrônicos no estado estão sendo articulados de forma organizada por membros da ramificação paranaense da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), liderada por detentos do sistema prisional paulista.

A assessoria de imprensa da Secretaria de Segurança confirmou nesta quinta-feira (23) a informação, mas ressalvou que as investigações, ainda em andamento, estão sob sigilo.

A hipótese de ação organizada pelo PCC foi reforçada com a prisão do Juan Carlos Panozo Orellano, um boliviano apontado como um dos coordenadores da organização criminosa no estado. Orellano foi preso em Campo Mourão, região Oeste do estado, no início desta semana, junto com outros membros de uma quadrilha acusada de arrombamentos de caixas eletrônicos em Araruna, Peabiru, Goioerê e Nova Cantú.

O boliviano teria se deslocado de Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, para organizar os ataques no interior do estado. Segundo informações de policiais, Orellano estaria residindo há oito meses em Campo Mourão. Na mesma cidade, no último dia 3, uma força-tarefa da Polícia Civil, composta por agentes de várias cidades do estado, baleou e matou Lucas da Paixão Ferreira, foragido da colônia penal agrícola de Piraquara e também apontado como membro do PCC, que ao ser abordado, trocou tiros com os policiais.

De acordo com o delegado de Goioerê, Fábio Machado dos Santos, responsável pela prisão do boliviano, Orellano era responsável pela contratação de especialistas em algumas funções para o arrombamento dos caixas. Um menor de Joinville (SC), especialista no uso do maçarico, teria sido contratado apenas para abertura dos caixas. "Eles terceirizam algumas atividades e estudam os alvos antes dos ataques. São ações organizadas e estruturadas pelo crime organizado. Os membros da quadrilha presa confessaram o esquema", disse o delegado.

Segundo Santos, os presos informaram que além de Campo Mourão, a facção criminosa também teria bases na região metropolitana de Curitiba e em Joinville (SC), de onde comandariam os ataques aos caixas eletrônicos do estado.

Monitoramento

O delegado titular da 16ª Subdivisão Policial de Campo Mourão, José Aparecido Jacovós, disse que a ação da quadrilha está sendo monitorada pelo núcleo de inteligência da polícia civil há cerca de seis meses. "Há fortes indícios de uma estrutura organizada nas ações", disse ele.

Jacovós, que também participou da prisão de Orellano, afirmou que o esquema de segurança nas delegacias da região foi reforçado com a prisão de Orellano, para evitar a possibilidade de um resgate por membros da facção criminosa. O delegado disse já ter solicitado a transferência do boliviano para um presídio de Curitiba. Ontem à tarde, Orellano foi transferido para Goioerê.

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