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Sandra denunciou o roubo de US$ 8 mil da mãe, Petrúcia (direita), que morreu no sábado após desembarcar no Rio | Felipe O´Neil/Ag. O Dia
Sandra denunciou o roubo de US$ 8 mil da mãe, Petrúcia (direita), que morreu no sábado após desembarcar no Rio| Foto: Felipe O´Neil/Ag. O Dia
  • Veja as condições ideais para a trombose venosa

Rio de Janeiro - A Polícia Civil começou a investigar o roubo de U$ 8 mil (cerca de R$ 15 mil) da brasileira Maria Petrúcia Ribeiro da Silva, de 68 anos, que morreu no sábado passado, logo depois de desembarcar de um voo da TAM, vindo de Nova Iorque. A queixa foi registrada ontem pela filha da passageira, a atendente de aeroporto Sandra Williams, 37, que veio ao Brasil acompanhar o caso. "É muito triste que minha mãe, que nasceu neste país, venha para cá para morrer e ainda seja roubada", lamentou.

Sandra entregou à polícia a pochete de couro, com fundo falso, onde o dinheiro estava escondido. A costura feita por Maria Petrúcia havia sido rasgada. A delegada Teresa Pezza pediu à filha da passageira o comprovante de que o dinheiro havia sido sacado do banco – o documento será trazido pelo marido de Sandra, que desembarca hoje no Rio.

A delegada disse já ter informações de que a bolsa não havia sido retirada do aeroporto. "A pochete foi entregue para Sandra por funcionários da TAM, que receberam os pertences da passageira no posto médico. A bolsa não chegou ao Instituto Médico-Legal (IML)", afirmou Teresa.

A delegada ouviu dois funcionários da companhia aérea. Um deles relatou que Maria Petrúcia saiu andando do avião e recusou a cadeira de rodas. Já no finger (corredor anexado à aeronave para desembarque/embarque), ela se apoiou na lateral da ponte de embarque e disse que ia desmaiar. Foi acomodada na cadeira de rodas até a chegada do socorro. Quando o médico chegou, tentou ressuscitá-la e providenciou a ambulância para transportá-la ao departamento médico. "Os pertences dela foram entregues à companhia aérea, num saco plástico, no serviço médico."

Omissão

A delegada, que apura ainda se houve omissão de socorro na morte da brasileira, informou que pediu o registro das conversas entre o piloto do avião e a torre de controle. Ela quer saber se a In­­fraero havia sido avisada com antecedência pela tripulação de que havia uma passageira que precisava de atendimento médico – como informa a TAM –, ou se o comunicado só chegou após o pouso da aeronave, conforme divulgou a estatal.

Teresa Pezza também apreendeu ontem um casaco e um par de tênis de Maria Petrúcia, que, segundo Sandra, têm marcas de vômito. "Ninguém havia me contado, até a filha depor, que a passageira tinha vomitado. Já pedi a lista dos passageiros que estavam sentados em volta dela para saber como ela se comportou durante a viagem, como o seu estado de saúde evoluiu", afirmou a delegada.

De acordo com Teresa, o IML confirmou que a passageira teve uma trombose venal profunda (TVP), doença causada pela imobilidade prolongada (como acontece nos voos) e que leva o organismo a formar coágulos nas veias, dificultando o bombeamento do sangue (veja infográfico). Foram recolhidas vísceras para exames patológico e toxicológico. O laudo final da causa da morte deve sair em um mês.

O corpo de Maria Petrúcia está sendo embalsamado para ser transportado para Nova Iorque, onde vivem suas três filhas. A TAM está pagando as despesas do traslado.

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