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A delegada Caroline Bamberg investiga a morte do menino | Marcelo Oliveira/Folhapress
A delegada Caroline Bamberg investiga a morte do menino| Foto: Marcelo Oliveira/Folhapress

Volta às aulas

Os colegas do menino Bernardo Uglione Boldrini voltaram às aulas ontem no Colégio Ipiranga, em Três Passos (RS), depois de um período de três dias de luto e dos feriados da Semana Santa e Tiradentes. Antes do reinício das atividades, às 7h30, os estudantes foram reunidos no pátio para uma homenagem ao garoto, que frequentava o sexto ano do ensino fundamental. O diretor da escola, Nelson Weber, disse que Bernardo deixou o exemplo de um olhar positivo para a vida, mesmo diante das dificuldades que passava. O colégio contratou uma psicóloga para acompanhar professores e alunos nas próximas semanas.

Madrasta

A madrasta do garoto Bernardo Boldrini foi ouvida pela delegada que dirige a investigação do crime. O depoimento ocorreu, ontem, em uma sala do presídio onde a suspeita, Graciele Ugolini, está presa. Em qual penitenciária ela está, porém, não foi revelado pela polícia. A delegada Caroline Machado não deu detalhes do que foi dito na ocasião nem revelou se Graciele se declarou inocente. A madrasta não chorou e, segundo a policial, se mostrou "tranquila". O advogado da madrasta, Vanderlei Pompeo de Mattos, disse que o depoimento foi encerrado rapidamente porque ela estava muito abalada e sem condições de falar.

A delegada de Três Passos (RS) Caroline Bamberg Machado admitiu que o assassinato do menino Bernardo Uglione Boldrini, de 11 anos, pode ter contado com a participação de uma quarta pessoa, além do pai, da madrasta e de uma amiga dela. "Enquanto não soubermos o que realmente aconteceu e todos os passos do crime não descarto nenhuma possibilidade", disse ontem, em entrevista coletiva.

A policial também voltou a manifestar convicção de que o pai tem algum tipo de envolvimento com o crime, mas, alegando que a investigação corre em segredo de Justiça, não deu detalhes de qual seria a participação dele e nem do possível quarto envolvido. "Por enquanto faltam alguns elementos a serem levantados", justificou.

As informações já tornadas públicas pela polícia indicam que o menino viajou com a madrasta, Graciele Ugulini, 32 anos, de Três Passos, onde a família mora, à casa de uma amiga dela, a assistente social Edelvânia Wirganovicz, 40, em Frederico Westphalen, a 80 quilômetros de distância, no dia 4 de abril. De lá, as duas mulheres saíram com o garoto e voltaram sozinhas, conforme mostrou uma câmera de vigilância da rua. O corpo foi encontrado enterrado em um matagal na zona rural do município em 14 de abril. Naquele mesmo dia, as duas mulheres e o pai do menino, o médico Leandro Boldrini, 38, foram presos.

A investigação espera pelos laudos da perícia para saber se Bernardo foi morto por substâncias colocadas em uma injeção e se foi enterrado ainda vivo. Também procura saber se o pai ajudou a planejar ou a acobertar o crime e se outras pessoas participaram de alguma etapa do plano ou de eventual transporte do corpo e da abertura da cova.

E busca, ainda, as motivações de cada um dos envolvidos. Entre as hipóteses em apuração estão a busca de eventuais vantagens na partilha de bens adquiridos pelo médico e pela mãe de Bernardo quando eram casados e ciúme doentio da madrasta, que tem uma filha de um ano e meio com Leandro e afastava Bernardo do convívio com o pai, supostamente com a concordância de Leandro.

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