• Carregando...

São Paulo - Planejamento estratégico da Secretaria de Segurança do Estado do Rio prevê a ocupação de, no máximo, 100 comunidades com as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs). O projeto das UPPs, que prevê um policiamento comunitário e o fim do controle das favelas por quadrilhas armadas, já funciona em sete comunidades do Rio. As informações são da Agên­cia Brasil.

A informação divulgada ontem pelo secretário José Mariano Beltrame mostra que nem todas as favelas dominadas por grupos armados serão beneficiadas pelas UPPs. Levantamento do Núcleo de Pesquisa das Violências da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) divulgado no fim do ano passado aponta que 930 comunidades da capital são dominadas por quadrilhas de tráfico de drogas ou milícias.

O número de favelas controladas por quadrilhas de criminosos é ainda maior se forem somadas as comunidades do Grande Rio e do interior do estado. Mesmo assim, nem todas as 100 comunidades receberão as UPPs no governo de Sérgio Cabral (PMDB), que se encerra neste ano. Segundo Beltrame, a previsão para 2010 é a implantação das unidades em até 40 favelas, que somariam 300 mil pessoas.

"Estamos analisando os resultados que, até agora, são os melhores possíveis. Nossa preocupação não é usar a unidade pacificadora em todas as comunidades. E óbvio que isso [UPP] não é a solução de todo o problema. Temos uma polícia que tem de atuar no asfalto, que tem de investigar, mas a experiência de atacar esse problema de uma maneira pontual e gradual está dando muito certo", disse Beltrame.

As UPPs para as outras 60 comunidades terão de ser instaladas pelos próximos governos. O secretário disse ainda que não sabe quantos homens serão necessários para ocupar as 100 favelas previstas no planejamento estratégico. Neste ano, serão formados 3,6 mil novos policiais, e todos irão atuar nas novas UPPs.

Se houver preferência por comunidades pequenas, será possível alcançar a meta prevista de 40 favelas. Porém, se a ocupação ficar concentrada nos grandes complexos de favelas, como Alemão e Maré, o número de comunidades atendidas será menor. "Com 3 mil homens, eu posso fazer duas comunidades grandes. Com 2 mil homens, eu poderia fazer Maré ou Alemão. Agora, com esses mesmos 2 mil, posso fazer 15 ou 20 comunidades menores", disse Beltrame. O secretário visitou ontem as favelas da Ladeira dos Tabajaras e do Morro dos Cabritos, na zona sul da cidade do Rio, que receberão uma UPP no próximo dia 14.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]