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A Divisão de Investigações Gerais (DIG) de Avaré, no interior paulista, vai investigar as circunstâncias misteriosas da morte por afogamento do ex-prefeito Antônio Batista Tonon (PR), de Coronel Macedo (342 km a Oeste de São Paulo). O corpo foi localizado ontem por um pescador, boiando próximo a Ilha dos Currais, em Matinhos, no litoral paranaense, após permanecer três dias na água. Tonon, que teve seu mandato cassado no mês passado, é apontado como mandante do assassinato do vereador Rivelino de Oliveira (DEM), ocorrido em outubro. A causa da morte pode ser esclarecida com os resultados do Instituto Médico Legal e com o depoimento da amante do ex-prefeito, que deixou Guaratuba no fim de semana e ainda não foi localizada em Coronel Macedo, onde mora. A mulher, que estaria acompanhada por uma amiga de Matinhos, é apontada como mandante de uma tentativa de envenenamento de quatro vereadores, entre eles, sua própria mãe.

Com prisão decretada, o ex-prefeito deu entrada, em companhia de uma mulher, em um hotel de Guaratuba, ao meio-dia de sexta-feira passada, deixou sua bagagem no quarto e se dirigiu à Praia Central, onde desapareceu às 13h30. No horário, centenas de pessoas estavam na areia, devido ao forte calor que ocorreu naquele dia. Ninguém, segundo os bombeiros, presenciou o afogamento.

Às 14 horas, o Corpo de Bombeiros de Guaratuba foi informado sobre o afogamento. De acordo com o relato do tenente Andrey Falkner, que comanda a corporação na cidade, a mulher, identificada como Neuza Coelho, mentiu sobre sua identidade ao comunicar o afogamento, só revelando mais tarde o seu nome.

Em Avaré, o delegado titular da DIG, Rubens Garcia Jorge, disse ontem à Gazeta do Povo que policiais já estão monitorando a chegada de Neuza em Coronel Macedo para explicar como ocorreu o afogamento. Segundo ele, ela ainda não havia sido vista na pequena cidade de 5 mil habitantes.

O ex-prefeito já havia sido preso em flagrante, no ano passado, em companhia de sua mulher, a vereadora Maria Aparecida Tonon, quando acertava a compra de apoio de um vereador. De acordo com grampos telefônicos e filmagens feitas pela policia paulista, o vereador Marcos Lima seria eleito presidente da casa, apoiaria o prefeito e em troca receberia a quantia de R$ 3 mil em dinheiro e 24 cheques de R$ 1,5 mil.

A prisão de Tonon resultou em uma Comissão Especial de Inquérito (CEI), votada no mês passado. Ele também era réu num processo de uso de notas frias pela prefeitura. Um dia antes da votação, Rivelino de Oliveira Leite foi executado com dois tiros na sede do sindicato rural de Taquarituba, no dia 10 de outubro. O vereador tinha declarado que votaria a favor da cassação do mandato do prefeito. O autor dos disparos e outros três envolvidos no crime, entre eles o ex-vereador Nilton Donizete Machado (PP), também cassado, estão presos em Avaré. Assim que a Justiça determinou as prisões, Tonon desapareceu da cidade.

Neuza Coelho, que seria amante de Tonon, também é investigada pela polícia de São Paulo, acusada de mandar envenenar quatro vereadores com veneno para matar ratos, conhecido como popularmente como "mão branca". O envenenamento ocorreria na casa durante um jantar na casa da vereadora Neide Coelho (sem partido) – mãe de Neuza e adversária política de Tonon –, no fim de agosto.

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