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Agentes da Draco-IE (Delegacia de Repressão às Ações Criminosas Organizadas e Inquéritos Especiais) realizam, nesta quarta-feira (10), uma operação para cumprir 48 mandados de prisão contra supostos milicianos que atuam em três comunidades na zona norte do Rio.

Entre os acusados há cinco policiais militares, um ex-policial militar e um guarda municipal acusados por diferentes crimes, desde 2007, nas comunidades do Fubá, Caixa D'água e Campinho. Entre as atividades criminosas estão: o controle do transporte alternativo, monopólio da venda de botijões de gás, cobrança irregular de taxas de segurança, distribuição ilícita de sinais de TV a cabo e internet, agiotagem, tortura e homicídios. O esquema lucraria cerca de R$ 1 milhão por mês. "Os milicianos controlavam até a venda de pipas para crianças nessas comunidades para mostrar poder. São violentos, cruéis e costumeiramente postavam fotos dos cadáveres das vítimas em redes sociais para impor medo", disse o delegado Alexandre Capote, titular da Draco-IE.

A investigação teve início após o assassinato, no início deste ano, de dois jovens da comunidade do Fubá que teriam ido a um baile funk de outra favela, ato reprovado pelos milicianos.

Desde o início da manhã, a operação mobiliza 450 policiais e ocorre em parceria com a subsecretaria de Inteligência estadual, Corregedoria Geral Unificada, a Seap (Secretaria de Estado de Administração Penitenciária) e o Ministério Público Estadual.

PRESOSAté o início da tarde, 16 pessoas haviam sido presas e 123 mandados de busca e apreensão tinham sido cumpridos. Entre os presos está Tarcísio Albuquerque de Moura, apontado por ser o chefe da organização criminosa; o sargento da PM Jorge da Silva Júnior, acusado de ser o chefe da milícia em Campinho; e o soldado da PM Bruno Guarany Carvalho, lotado na UPP (Unidade de Polícia Pacificadora) Chapéu-Mangueira, apontado pelo Ministério Público como "braço armado da organização criminosa no morro do Fubá".

Segundo a denúncia apresentada pelo promotor Homero das Neves à 41ª Vara Criminal da Capital, os milicianos pagavam policiais militares e civis para não reprimirem a atividade da organização.

Ainda na denúncia, o promotor afirma que há a possibilidade de outros policiais estarem envolvidos e cita o nome de um agente da Polícia Civil.

Durante a operação foram apreendidos um fuzil, uma espingarda calibre 12, uma granada, carregadores, duas pistola, além de duas mil munições para diferentes tipos de fuzis.

A reportagem não conseguiu contato com os presos e a polícia não informou se eles já constituíram advogados.

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