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Rio de Janeiro

Polícia quer fazer retrato-falado do assassino de atleta do Flamengo

Delegado acredita que testemunhas podem ajudar a encontrar agressor. Remadora Priscila da Silva Souza apareceu morta em parque da Zona Sul

Pelo menos três pessoas podem ajudar a polícia a identificar o assassino da estudante e atleta de remo do Flamengo Priscila da Silva Souza, 26 anos. Ela foi encontrada morta, na manhã desta terça-feira (16), jogada no meio do matagal no Parque da Cidade, na Gávea, Zona Sul do Rio. Uma das testemunhas teria ouvido uma mulher gritar "pára, pára" à tarde. Outras duas, teriam visto um homem suspeito circulando pelo local com uma mochila verde nas costas.

O delegado Gustavo Castanheira Valentini, da 15ª DP (Gávea), responsável pela investigação, chamou as testemunhas para que ajudem a confeccionar retratos-falados.

"No sábado, por volta das 14h, um homem mulato, forte, passou aqui dizendo que tinha perdido o celular. Outra hora, disse que procurava o cachorro", contou uma testemunha.

"Essas pessoas podem ajudar muito para que a gente chegue ao suspeito", disse o delegado, que esteve no local para acompanhar a perícia. "Ela está nua e com o rosto deformado. É provável que tenha sofrido violência sexual, mas precisamos aguardar o resultado da perícia", afirmou, enquanto conversava com Hilka Maria Gomes da Silva, mãe da vítima.

A doméstica Hilka, de 54 anos, lembrou que, há um ano e meio, o marido também foi encontrado morto no parque, caído em um lago com um ferimento na cabeça.

"Ninguém sabe se ele foi agredido por alguém ou sofreu uma queda", disse Hilka. Ela tem medo de continuar morando no local mas não tem para onde ir.

Outra vítima há seis meses

Moradores também informaram ao delegado que há seis meses uma mulher teria sido vítima de um seqüestrador e permanecido dois dias em poder do agressor até conseguir fugir.

"Vamos verificar se foi aberto algum procedimento de investigação sobre esses casos", afirmou o delegado.

Amigos e parentes acreditam que Priscila tenha reagido, já que era uma atleta.

"Ela era uma remadora, tinha um corpo atlético, muito forte. Com certeza reagiu", acredita a prima da vítima, Andréia Simas, que mora com os dois filhos em uma das 14 casas de uma pequena comunidade dentro do Parque da Cidade, e também pretende se mudar.

Priscila, de família humilde, era uma atleta muito dedicada, segundo o seu técnico, Paulo Macário, coordenador de remo no Flamengo, onde ela treinava havia sete anos.

"Ela estava se preparando para participar do campeonato estadual. Em mais de 20 anos de profissão nunca vi uma pessoa tão esforçada, a despeito das grandes dificuldades financeiras. Era calada, mas ao mesmo tempo brincalhona e querida pelos amigos."

Estudante já foi a pé para faculdade na Barra

Segundo a família, a jovem estava desempregada e havia perdido a bolsa que conquistara em uma universidade, na Barra, na Zona Oeste, já que foi reprovada em uma matéria. Ela cursava o terceiro ano de biologia.

"Ela saía de casa muito cedo porque o treino Flamengo começava às 6h da manhã. Ia sempre a pé. Chegou a ir a pé também para a faculdade por falta de dinheiro. Os amigos queriam ajudá-la a voltar a estudar", contou a prima.

Moradores da região reclamam da falta de segurança e iluminação do parque.

"Isso aqui é uma área bonita, que as pessoas poderiam desfrutar para o lazer, fazer caminhadas, percorrer essas trilhas com cachoeiras e lagos, mas ninguém se arrisca. O parque está abandonado", afirmou o diretor da Associação de Moradores do Alto Gávea (Amalga), Luiz Fernando Moreira Pena.

O corpo da estudante, localizado na manhã desta terça-feira (16) pelo tio e um guarda municipal, amigo da família, foi retirado do local depois das 17h.

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