A violência que aterroriza os moradores da vila Socavão, em Castro, não é motivo para alarde. A afirmação é do diretor de Segurança Pública da Prefeitura de Castro, o subtenente licenciado Antônio Sérgio de Oliveira, que vez ou outra cai em contradição. "Não é uma criminalidade que assusta, mas por ser um local pacífico, onde só moram produtores rurais, qualquer coisa torna-se alarmante", diz.
Faz um mês, um escrivão, dois policiais civis e dois militares passam um dia da semana numa delegacia improvisada em Socavão. "Como nós vimos uma situação de risco, provavelmente vamos mandar duas vezes por semana", disse pouco depois.
O volume de ocorrências deve não só dobrar os dias de policiamento, mas também fazer com que ele seja feito em dias alternados. Uma das queixas dos habitantes é que a polícia tem data e hora marcada para aparecer, o que facilita a vida dos bandidos. "Eles aprontam todas até quarta e na quinta ficam como uns anjinhos", ironiza uma moradora. Oliveira acredita que a criação da Guarda Municipal (prestes a entrar na fase de concurso público) permitirá um aumento do policiamento em Socavão e no vizinho distrito de Abapã. Ele aponta as grandes dimensões da região como um empecilho para um bom trabalho da polícia.
Outro problema, segundo o subtenente, é que a região acaba virando esconderijo para fugitivos das cadeias da região. "Eles aprontam na cidade e vão para o mato, onde têm parentes", diz. "Da última fuga em Castro (quando escaparam dez, no início de maio), temos notícias de que quatro estão no Socavão." Segundo ele, o seqüestro do ônibus no mês passado foi feito por fugitivos da cadeia pública Hildebrando de Souza, de Ponta Grossa, que moram em Socavão. Um foi preso e delatou os outros. "Todos foram identificados, têm mandado de prisão, mas não conseguimos encontrá-los", lamenta.
O diretor de Segurança Pública também diz ignorar os tiroteios. "Houve uma situação esporádica, de um tiro que um vagabundo deu. Não classifico isso como tiroteio", diz. Ele atribui a informação à fantasia de quem denunciou à reportagem. Contudo, oito pessoas confirmaram a versão. "Quando acontecem os tiros, a gente avisa a polícia e eles (os policiais) dizem que só podem vir se tiver vítimas", reclama uma moradora. (MK)
Justiça suspende norma do CFM que proíbe uso de cloreto de potássio em aborto
Relatório americano expõe falta de transparência e escala da censura no Brasil
STF estabalece regras para cadastro sobre condenados por crimes sexuais contra crianças
Órgão do TSE criado para monitorar redes sociais deu suporte a decisões para derrubar perfis
Deixe sua opinião