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| Foto: Miguel Schincariol/AFP

A Polícia Militar usou bombas de gás para dispersar os manifestantes que protestavam contra o aumento da tarifa do transporte público na noite desta quinta-feira em São Paulo. No início do ato, a PM já havia informado os jovens que eles não poderiam passar da Praça da República, no centro da capital paulista. Como eles insistiam em continuar a passeata até a Assembleia Legislativa, os policiais resolveram acabar com o protesto. Ao menos cinco pessoas ficaram feridas.

Os manifestantes chegaram à Praça da República por volta das 21h30, cerca de 1h30 após saírem do Parque Dom Pedro II, durante o quinto protesto organizado pelo Movimento Passe Livre (MPL) este ano. Eles haviam ficado concentrados em frente ao Terminal de ônibus Parque Dom Pedro II, um dos maiores da cidade, por cerca de três horas numa negociação inconclusiva com a Polícia Militar.

O impasse a respeito do trajeto marcou o ato. O MPL insistia em um caminho de quase 9 km, que passaria pelo Viaduto do Chá, em frente à prefeitura, em direção à Assembleia Legislativa, na Zona Sul. A polícia alega que havia outro protesto em andamento na região escolhida pelo grupo e que se os manifestantes devem seguir o caminho proposto pela PM. Durante a tarde, motoristas de vans escolares haviam feito um ato em frente à Prefeitura.

Miguel Schincariol/AFP

Os manifestantes fizeram uma assembleia para escolher o trajeto. Venceu, no voto, o caminho original proposto pelo MPL. A passeata seguiu esse trajeto até a Praça da República. Lá, a Tropa de Choque formava um cordão de isoladamente que impedia os jovens de seguirem adiante. Por volta das 21h30, os policiais jogaram as bombas de gás. Houve correria por ruas do centro de São Paulo. Mascarados jogaram lixo no meio da rua, quebraram lixeiras e picharam muros.

No Facebook, o MPL condenou a atitude da PM e escreveu que: “O trajeto decidido pela população não foi respeitado pela PM, que atacou o ato na República com bombas e balas de borracha, e agora persegue manifestantes pelo centro. Várias pessoas feridas na defesa do lucro dos empresários.”

À tarde, em nota, a Secretaria de Segurança Pública informou que o trajeto divulgado por volta das 15h pelo Movimento Passe Livre não seria possível porque havia outro protesto, organizado por motoristas de transporte escolar, percorrendo parte do roteiro.

“Eles não vão sair daqui. Se tentarem, vamos agir”, disse o tenente-coronel Henrique Motta, no início da noite. “A PM está impedindo nosso direito de manifestação”, afirmou uma das representantes do movimento que se identificou apenas como Luiza.

A divergência sobre o trajeto foi um dos pontos de tensão na manifestação do último dia 12 na Avenida Paulista, que terminou em confusão e confronto entre policiais e manifestantes. O Ministério Público foi chamado para intermediar o conflito.

A tarifa dos ônibus, trens e metrô subiu de R$ 3,50 para R$ 3,80 no início deste mês.

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