Uma assembleia realizada pelo Sindicato das Classes Policiais Civis do Paraná (Sinclapol) definiu na tarde de ontem que os policiais civis de Curitiba e região metropolitana vão entrar em greve. Até o fim desta semana, a paralisação deve ser confirmada também em outras regiões do estado. A greve ainda não tem data definida para começar, mas deve ocorrer após o carnaval.

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A reunião do Sinclapol durou três horas e contou com a participação de cerca de 250 policiais. Em votação, a maioria optou pela greve. "Tivemos de tomar essa decisão, já que o Executivo estadual não tomou nenhuma atitude para atender os nossos pedidos", afirma o presidente do sindicato, André Gutierrez. A principal reivindicação dos policiais está relacionada ao plano de cargos, carreiras e salários (PCCS) da categoria. O Decre­­to 5.721, assinado em 2005, estabelece um plano para a classe, mas o PCCS ainda não foi concluído.

A relação de cargos chegou a ser apresentada para os policiais, mas os salários não foram definidos. "O governo do estado prometeu apresentar a tabela de vencimentos na primeira semana de janeiro, mas isso não aconteceu", conta Gutierrez. Além do PCCS, a categoria pede melhores condições de trabalho para os profissionais da área. Segundo o Sinclapol, as delegacias estão superlotadas e o efetivo da categoria é insuficiente, o que obriga muitos policiais a cuidar dos presos em vez de trabalhar na investigação dos crimes. De acordo com o sindicato, atualmente há 3,3 mil policiais em todo o estado. Deste total, cerca de 2 mil atuam em Curitiba e região.

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A reportagem entrou em contato com a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), que informou que não vai comentar a definição de greve dos policiais civis.

Outras regiões

A greve deve ser anunciada em outras regiões do Paraná. Na noite de ontem, ocorriam reuniões de representantes da categoria em Cascavel (Oeste) e Lon­­drina (Norte). Hoje será feita uma assembleia em Maringá (Noroeste). "Em Curitiba já definiram pela greve e a tendência é que as outras cidades sigam o mesmo caminho", disse o presidente do Sindicato dos Po­­liciais Civis de Londrina e re­­gião (Sin­dipol), Ademilson Al­­ves Batista. "No interior, os policiais também foram abandonados pelo governo", complementa Gutierrez.

Em 24 de novembro do ano passado, os policiais realizaram uma paralisação de 24 horas em todo o estado. As mesmas razões que motivaram a decisão pela greve ontem incentivaram o protesto no ano passado. Na época, o Sinclapol informou que aproximadamente 2 mil dos 3,3 mil policiais cruzaram os braços. Representantes da categoria organizaram uma caminhada pelo Centro Cívico que passou pela Assembleia Legislativa do Paraná e pelo Palácio das Araucárias, sede do governo do estado.