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Em Curitiba, policiais civis fazeram manifestação em apoio ao movimento dos colegas de Londrina | Aniele Nascimento/Gazeta do Povo
Em Curitiba, policiais civis fazeram manifestação em apoio ao movimento dos colegas de Londrina| Foto: Aniele Nascimento/Gazeta do Povo

Grupo faz "blitz" em Curitiba

Acompanhado de fiscal do Ministério do Trabalho, um grupo de oito policiais civis de um movimento batizado Operação Padrão visitava ontem, às 11h30, o 11º Distrito Policial de Curitiba. O objetivo do movimento é tornar públicas a situação de superlotação e as condições de trabalho a que os policiais estão submetidos, consideradas precárias pelo grupo.

A manifestação é realizada em apoio à paralisação do Sindipol. Apesar disso, a "blitz" na delegacia não recebe aval do Sindicato das Classes Policiais Civis do Estado do Paraná (Sinclapol), segundo o presidente da entidade, Paulo Martins. O Sinclapol, que atua na grande Curitiba, também não acompanha a paralisação promovida no Norte do estado.

"Somos totalmente a favor de fiscalizações em delegacias, mas desde que aconteçam com técnica, baseadas em estudos", afirma. Ele lembra que uma vistoria da Ordem dos Advogados do Brasil seção Paraná já encontrou problemas no 11º Distrito, que levaram a um pedido de interdição da delegacia. "O Sinclapol apoia esse tipo de decisão porque há critérios para sua validação", diz.

Eyrimar Bortot, um dos coordenadores do movimento, afirma que o grupo será acompanhado do fiscal do Ministério do Trabalho Luiz Felipe Bergmann, que poderá avaliar as denúncias com imparcialidade. Mas Bortot já espera que haja resistência por parte dos policiais contrários à fiscalização. "Pode ser que barrem nossa entrada", diz. À noite, o grupo ainda passaria pelo Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac) Sul, no Portão.

Célio Yano

Londrina - Os policiais civis de Londrina e região cruzaram os braços, do início da manhã ao fim da tarde de ontem, em reivindicação por melhores condições de trabalho e pela normatização do plano de cargos, carreira e salários da categoria. De acordo com o presidente do Sindicato dos Policiais Civis de Londrina e Região (Sindipol), Ademílson Antônio Alves Batista, 100% dos policiais do município e da região aderiram ao movimento. Na cidade, os policiais estão concentrados na frente da 10ª Subdivisão da Polícia Civil (SDP). Em Curitiba, o movimento faz uma fiscalização em cadeias na cidade (veja ao lado).

Com a paralisação, os únicos serviços que funcionaram nas delegacias foram a guarda de presos e os chamados de emergência. Para Batista, o objetivo da manifestação não era prejudicar a população, mas conscientizar a sociedade pelos problemas enfrentados pelos policiais. O atendimento foi normalizado às 18 horas.

De acordo com o presidente do Sindipol, os policiais querem que o governo do estado apenas cumpra o que está no projeto de lei que moderniza a polícia e encaminhe com urgência o plano de cargos para a aprovação da Assembleia Legislativa. "Também reivindicamos um programa de treinamento e de cursos especializados para atualização constante dos policiais civis, além da contratação de pelo menos mil policiais por ano para acabar com o déficit que se arrasta há anos", comentou.

Segundo Batista, o número de policiais no Paraná deveria passar dos atuais 3,2 mil para aproximadamente 10 mil. Para Londrina, o presidente do Sindipol defende que o número seja triplicado, chegando aos 400 policiais. "Desta forma, não vamos sobrecarregar os policiais, os delegados não precisariam atender mais de uma delegacia e as investigações transcorreriam de forma mais rápida. Em Londrina, por exemplo, se aumentar o número de policiais é possível a criação de delegacias especializadas, como a de homicídios", explicou.

O delegado-chefe da 10ª SDP, Sérgio Barroso, informou que não foi registrado prejuízo no atendimento à população nas delegacias. A assessoria de imprensa da secretaria estadual de Segurança Pública disse que o órgão não comentaria o protesto.

O Sindipol programou nova paralisação para o dia 22 de abril. Segundo Batista, se não houver posicionamento do governo do estado as manifestações vão se intensificar nos próximos meses.

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