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Delegados da PF apóiam movimento

São Paulo - Em carta enviada ontem ao governador de São Paulo, José Serra (PSDB), a Associação Nacional de Delegados de Polícia Federal (ADPF) manifesta apoio à greve dos policiais civis do estado. Na nota, a ADPF destaca a defasagem salarial dos policiais paulistas e pede que seja encontrada uma solução para essa corporação, "que apesar de trabalhar no estado mais rico do país, recebe salário muito abaixo dos demais". A carta é assinada pelo presidente da ADPF, Sandro Torres Avelar.

"Com muita tristeza acompanhamos o episódio do conflito entre os colegas das polícias Civil e Militar paulistas, e ouvimos as declarações de Vossa Excelência afirmando ser um movimento de poucos e com finalidade político-partidária, visando influenciar o segundo turno das eleições. Então, ultrapassado o período eleitoral, sentimo-nos mais à vontade para, respeitosamente, ponderar que a imensa defasagem salarial dos policiais paulistas não é retórica, mas real, consubstanciada em números alarmantes", diz a nota.

O texto ainda diz ser injusto o salário se comparado ao equivalente da categoria em outros estados e também aos vencimentos de membros do Ministério Público, "com idêntica formação jurídica e componente do mesmo sistema persecutório criminal".

Agência Estado

SÃO PAULO - Policiais civis de todo o país devem fazer uma mobilização hoje em solidariedade à greve da categoria em São Paulo, iniciada em 16 de setembro. O ato prevê que durante duas horas – entre 14 e 16 horas – sejam atendidas apenas casos considerados de emergência, nos moldes da cartilha elaborada pelo movimento grevista da Polícia Civil paulista. Porém, no Paraná, o presidente do Sindicato das Classes Policiais Civis (Sinclapol), Paulo Martins, informou que não está prevista nenhuma manifestação. "Em estados onde há diálogo e o governo está recebendo propostas, seria um contra-senso fazer a paralisação", alega.

Além do apoio aos grevistas, a manifestação também servirá para pressionar o Congresso Nacional pela votação de uma proposta de emenda constitucional que determina a reinserção do cargo de delegado de polícia na carreira jurídica. "Como era antes da Constituição de 1988", afirmou o presidente da Associação dos Delegados de Polícia do Brasil (Adepol), Carlos Eduardo Benito Jorge.

Na segunda-feira, a categoria fez passeata pela região central de São Paulo. O protesto teve início na Praça da Sé e foi terminou em frente à Delegacia Geral de Polícia, na Rua Brigadeiro Tobias. Os manifestantes levaram um caixão que representava o enterro simbólico do governador José Serra e também pediram a saída do secretário de Segurança Pública do Estado, Ronaldo Marzagão.

A categoria reivindica reajuste de 15% neste ano e mais 12% nos dois anos seguintes, além da extinção da 4ª e 5ª classe, a redução de três para dois níveis de salários adicionais. Já o principal texto dos projetos de lei enviados pelo governo à Assembléia prevê reajuste de 6,5% no salário-base a partir de 1º de janeiro do ano que vem e mais 6,5% a partir de janeiro de 2010.

A manifestação foi a maior feita pela categoria, reunindo mais de 5 mil pessoas, segundo os grevistas, ou cerca de 3 mil, de acordo com a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET).

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