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Foram presos ontem de manhã os dois policiais militares flagrados pela TV Paranaense quando furtavam o aparelho de som de um carro estacionado no Largo da Ordem, no centro histórico de Curitiba. Segundo a Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp), Adriano Fronza, de 34 anos, e Altenes Pinheiro, 37 anos, se apresentaram no início da manhã no 12.° Batalhão de Polícia Militar, depois de passarem a noite foragidos. À tarde, os dois foram encaminhados para o Centro de Observação e Triagem (COT), em Piraquara, na região metropolitana de Curitiba. A tendência é de que eles sejam expulsos da corporação.

A divulgação das imagens dos policiais cometendo um furto mexeu ontem com os aparatos da Sesp e da Polícia Militar. O secretário de Estado da Segurança Pública, Luiz Fernando Delazari, e o comandante-geral da Polícia Militar, coronel Nemésio Xavier, anunciaram uma entrevista coletiva para o início da tarde. Logo após a entrevista, às 16 horas, Pinheiro e Fronza foram colocados num camburão do Departamento Penitenciário (Depen), à vista de toda a corporação, e levados para o COT, acompanhados por quatro viaturas da Polícia Militar.

Segundo Delazari, os dois policiais fugiram assim que viram a matéria do telejornal Paraná TV-2.ª edição, no início da noite de segunda-feira. "Eles se encontraram durante a noite e ficaram rodando na região metropolitana de Curitiba. Se apresentaram pela manhã. Não tinham outra alternativa, porque a polícia inteira estava atrás deles", disse o secretário, que classificou os policiais como "pivetes usando a farda da Polícia Militar."

Abatidos

Nemésio Xavier disse que os outros policiais ficaram "abatidos" com a reportagem e revelou que faria uma reunião ontem à tarde com os demais comandantes. "Não podemos nos abater com essas imagens", disse Xavier, que prometeu dar apoio às vítimas dos dois policiais. Por meio de nota oficial, o comandante chegou a pedir desculpas à população.

Pinheiro e Fronza vão enfrentar um Inquérito Policial Militar, com acompanhamento do Ministério Público do Paraná. O Conselho de Disciplina da PM vai decidir se eles serão ou não expulsos da corporação. Segundo Delazari, a expulsão poderá ser definida até a próxima sexta-feira. Além disso, eles serão indiciados por furto.

Os dois policiais chamados de "pivetes" pelo secretário de Segurança chegaram a ganhar medalhas de honra ao mérito na Polícia Militar. Em 31 de março de 2004, Adriano Fronza ganhou a "Medalha Policial Militar" de bronze, honraria destinada a praças e oficiais com bom comportamento e mais de dez anos na corporação. Pinheiro ganhou a mesma medalha, em 3 de maio de 2005. Os decretos foram publicados no Diário Oficial do Estado e assinados pelo governador Roberto Requião, pelo secretário Delazari e pelo então secretário-chefe da Casa Civil, Caíto Quintana.

Altenes Pinheiro, que é natural de Irati, está na PM desde julho de 1989. Já Adriano Fronza, que nasceu em Curitiba, entrou para a corporação em 23 de julho de 1992. As fichas dos dois, de acordo com a PM, eram "limpas", ou seja, não continham nada que os desabonasse.

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