Uma investigação feita pela Corregedoria da Polícia Civil levou ontem à decretação da prisão preventiva de três policiais e um ex-investigador acusados de sequestrar e achacar ladrões de caixas eletrônicos em Campinas (SP). Dois dos acusados foram presos ontem e dois estão foragidos. Em um dos casos apurados, o cativeiro foi na própria delegacia em que os acusados trabalhavam: o 4º Distrito Policial de Campinas
Eles foram denunciados pelos promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco). O juiz Nelson Bernardes, da 3ª Vara Criminal, determinou a abertura do processo. Esta é a segunda operação da Corregedoria no Estado desde a posse do novo secretário da Segurança Pública, Antônio Ferreira Pinto. A descoberta de que os ladrões eram vítimas dos policiais ocorreu durante investigação da Delegacia de Investigações Gerais (DIG) de Campinas sobre os ataques a caixas eletrônicos na região. Interceptações telefônicas mostraram que colegas dos policiais da DIG estavam telefonando para os ladrões exigindo pagamento do resgate. Os policiais teriam sequestrado os ladrões.
Com base nas gravações, a 2ª Corregedoria Auxiliar (Campinas) foi avisada e entrou no caso. "Concluímos a apuração criminal e vamos começar a administrativa, que pode levar à demissão dos policiais", disse o delegado Roveraldo Bataglini.
Segundo promotores do Gaeco de Campinas - em 18 meses, eles denunciaram 50 policiais da região -, no primeiro caso policiais queriam R$ 100 mil de resgate da vítima, mas aceitaram soltá-la por R$ 4 mil e uma moto. Investigando esse caso, os corregedores descobriram outra extorsão. Os acusados nesse caso teriam sequestrado outro suspeito de pertencer ao grupo de ladrões de caixas eletrônicos e exigido R$ 200 mil para não mantê-lo preso. Anteontem, quatro policiais militares foram detidos em Sumaré, sob suspeita de participar de furtos a caixas eletrônicos.
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