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Não era só a Polícia Federal que sabia como encontrar os ladrões do Banco Central de Fortaleza. Os federais obtiveram provas por meio de escutas telefônicas autorizadas pela Justiça de que policiais de São Paulo seqüestraram um dos principais integrantes do bando, Raimundo Laurindo Neto, e receberam R$ 350 mil de resgate pela libertação com vida do bandido. Isso tudo enquanto preparavam a Operação Facção Toupeira, que pôs na cadeia, em setembro, 47 homens do Primeiro Comando da Capital (PCC).

Essa não foi a primeira vez que policiais paulistas seqüestraram um dos ladrões do Banco Central. Uma verdadeira corrida pelo dinheiro começou logo após o furto de R$ 164,7 milhões, ocorrido em agosto de 2005. Em outubro, um dos líderes do bando, Luiz Fernando Ribeiro, o Fê, foi seqüestrado e morto por policiais civis de São Paulo, que exigiram R$ 2 milhões de resgate e resolveram matar a vítima depois de receber o dinheiro. Como no caso de Fê, o resgate foi entregue aos policiais por um advogado. Desta vez, por Edson Campos Luziano, um dos presos na operação. No dia seguinte ao pagamento, o advogado entrou em contato com Joelo Laurindo, irmão de Raimundo, para receber os honorários pelo trabalho.

A 2.ª Turma do 5.º Tribunal Regional Federal (5.º TRF) negou ontem habeas-corpus ao advogado. "O advogado não se limitou ao exercício de sua atividade profissional. Ele teve conduta ativa como agente de um ilícito penal", afirmou o desembargador Manoel Erhardt. O TRF, no entanto, determinou que o advogado tem direito a ficar preso em sala de estado-maior. Ele foi preso durante a Operação Facção Toupeira que desarticulou o mais ambicioso projeto do PCC: o furto simultâneo do Banrisul e da Caixa Econômica Federal de Porto Alegre, de onde os bandidos pretendiam levar por meio de um túnel de 90 metros de extensão R$ 100 milhões.

A PF deve remeter ao Ministério Público Federal (MPF) as provas contra os policiais paulistas para que eles sejam processados sob a acusação de extorsão mediante seqüestro. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados nem mesmo o departamento em que eles trabalham na polícia. Sabe-se que o crime ocorreu cerca de um mês antes da operação da PF.

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