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Quadrilha explodiu caixas do Hospital  Erasto Gaertner, que mandou o banco recolher equipamentos | Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo
Quadrilha explodiu caixas do Hospital Erasto Gaertner, que mandou o banco recolher equipamentos| Foto: Aniele Nascimento/ Gazeta do Povo

Precaução

Equipamentos ficam mais escassos

Com medo dos ataques, empresários e administradores públicos de Curitiba e região estão retirando os caixas eletrônicos de seus estabelecimentos. Só em outubro, nove locais foram alvo de ações criminosas. Neste mês, cinco. E os criminosos não perdoam ninguém: investem contra agências bancárias, mercados, postos de combustíveis, universidades e até hospitais.

O Hospital Erasto Gaertner e o Hospital do Idoso, que sofreram ataques no início de outubro, recolheram todos os caixas. Ambos informaram, via assessoria de imprensa, que o motivo foi a "segurança dos pacientes". A Universidade Federal do Paraná (UFPR) também optou por retirar os equipamentos do Centro Politécnico, palco de uma ação criminosa em agosto. A instituição informou que as "demais dependências também devem retirar [os caixas]".

Barreirinha

Com o assalto de ontem, na agência da Caixa do Barreirinha, Curitiba e região somam cinco ataques em novembro. O caso mais violento foi na quinta-feira, quando 20 homens armados fecharam as saídas de Cerro Azul para explodir caixas e o cofre da agência do Banco do Brasil.

Uma operação coordenada pelo Comando de Operações Especiais (Cope) da Polícia Civil do Paraná prendeu 17 pessoas ontem, na Grande Curitiba, suspeitas de integrar uma quadrilha especializada em roubo de caixas eletrônicos. Sete presos são policiais militares (PMs), e um deles é apontado como o comandante do grupo. Os policiais, de acordo com a investigação, inventavam ocorrências para desviar a atenção dos locais dos roubos a caixas eletrônicos, enquanto apoiavam os grupos criminosos. Em alguns casos, os próprios PMs realizavam as explosões. Os nomes dos policiais envolvidos e dos outros presos não foram divulgados.

Foram seis meses de investigação. De acordo com o comandante geral do Cope, Luiz Alberto Cartaxo, indícios de que policiais participavam do esquema surgiram depois de uma explosão de caixa eletrônico em Rio Branco do Sul, na região metropolitana. Naquela ocasião, durante a fuga, policiais que davam cobertura aos criminosos capotaram o veículo. A Corregedoria Geral da Polícia Militar auxiliou o Cope. "É um trabalho grande, sendo feito há muito tempo, com várias outras prisões, explosivos e armamento. A gente acha que é a maior quadrilha de roubo a caixas eletrônicos em atividade", disse Cartaxo.

Violência em alta

O número de ataques a caixas eletrônicos de bancos, lotéricas e pontos comerciais cresceu 40% neste ano no Paraná. Até outubro, segundo dados do Sindicato dos Vigilantes de Curitiba e Região, foram 307 casos, ante 172 em todo o ano passado. O levantamento da entidade, baseado em notícias publicadas pela imprensa, soma explosões, arrombamentos e assaltos.

A capital é a cidade com o maior número de ocorrências envolvendo caixas eletrônicos (22%), seguida de Londrina (4%), Cascavel (3%), São José dos Pinhais (3%), Ponta Grossa (2%) e Araucária (1%). Os materiais e meios mais usados para cometer os crimes, segundo a Polícia Civil, são dinamite, maçarico, arma de fogo, "chupa cabra", pé-de-cabra e furadeira. No Paraná, segundo o Banco Central, há 1,6 mil agências bancárias e 3,3 mil caixas eletrônicos.

Em 2014, 138 pessoas foram presas em todo o estado. A maioria dos criminosos viria de Joinville, em Santa Catarina. "Isso porque na cidade havia três empresas fabricantes de caixas eletrônicos. Muitos de seus funcionários acabaram caixeiros [termo usado pela polícia para identificar quem arromba]", diz o delegado Matheus Araújo Laiola, do Cope.

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