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UPP no Complexo do Alemão: soldado morta a tiros de fuzil | Vanderlei Almeida / AFP
UPP no Complexo do Alemão: soldado morta a tiros de fuzil| Foto: Vanderlei Almeida / AFP

Vítima dizia estar feliz com a nova função

Agência Globo

A soldado Fabiana Aparecida de Souza vivia um momento especialmente feliz. Há cerca de quatro meses na corporação, realizava um sonho que dividia com a única parente viva, a irmã Luciana de Souza, aluna do Curso de Formação de Praças (CeFaP) da Polícia Militar.

De origem humilde e nascida e criada em Valença, no interior do estado do Rio de Janeiro, Fabiana é descrita pelos amigos como uma moça alegre, encantada com a nova vida e muito dedicada ao trabalho.

"É triste saber que uma pessoa tão querida partiu, sem que pudéssemos nos despedir. Estou me lembrando da última conversa que tivemos na sexta, coincidentemente no Dia do Amigo, e você estava tão feliz com a vida nova. Estou com meu coração em pedaços", escreveu no Facebook Rosemeri Marcelo, amiga da vítima.

Amigos da soldado fizeram um vídeo com compilações de fotos com vários momentos da PM na corporação e postaram na internet.

A policial militar Fabiana Aparecida de Souza, 30 anos, foi morta com um tiro de fuzil na frente de uma Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) no Complexo do Alemão, na zona norte do Rio, na noite de segunda-feira. Segundo a Polícia Militar, é o primeiro caso de óbito de um policial de UPP em serviço. A PM informou que o ataque foi de surpresa e "não deu tempo de reação". Ontem, havia marcas de bala por todos os lados.

A policial foi socorrida, mas não resistiu aos ferimentos e morreu. A morte ocorreu duas semanas depois da saída do Exército do local. O corpo de Fabiana deixou o Instituto Médico Legal de São Cristóvão na tarde de ontem e deverá ser enterrado por volta das 9 horas de hoje, em Valença (RJ). Ela estava na PM há um ano e quatro meses e atuava na favela desde abril.

"Gostaria que isso não fosse uma coisa que acontecesse sempre na corporação e que medidas sejam tomadas para que famílias não passem pelo que estou passando", disse a irmã de Fabiana, a cabo da PM Luciana de Souza, que atua no 10.º Batalhão da PM, em Barra do Piraí.

Ontem, o Batalhão de Operações Policiais Especiais (Bope) voltou a ocupar o Alemão e deverá ficar na favela por tempo indeterminado. Buscas aos autores do assassinato estão sendo feitas desde a noite do crime, mas nenhum suspeito foi identificado.

Em nota, a Secretaria de Segurança do Rio afirmou que a soldado foi vítima "dos fuzis de alto poder utilizados por traficantes que ainda resistem à pacificação nos Complexos do Alemão e da Penha". A pasta disse ainda que o processo de pacificação continua até a "reconquista do território".

Segurança

O Complexo do Alemão foi ocupado por forças do Exército em novembro de 2010. Como preparação para a implantação das UPPs, policiais do Bope e da Tropa de Choque da PM também passaram a ocupar a comunidade em março deste ano. A instalação das primeiras unidades de polícia pacificadora, porém, ocorreram em abril.

A primeira UPP da cidade do Rio foi implantada em 28 de novembro de 2008, na favela Santa Marta, em Botafogo (zona sul). Hoje, já são 200 UPPs em funcionamento.

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