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O investigador do Centro de Operações Policiais Especiais (Cope) José Alois Rigler, que atingiu um colega de trabalho com um tiro de fuzil na madrugada do último domingo (19), sofreu um surto psicótico momentâneo. Foi o que mostrou um laudo psiquiátrico divulgado nesta quinta-feira (23) pelo advogado do policial, Cesar Zerbini.

O surto teria sido causado pela sobrecarga de estresse e trabalho. Segundo Zerbini, o policial não estava de plantão, mas foi até a sede do Cope na noite de sábado, por volta das 22h. Ele estava alterado, no entanto, de acordo com o advogado, não agrediu ou discutiu com ninguém. O real estopim para o acesso de fúria teria sido o som alto de uma televisão que estava no local. "Ele disparou uma rajada com o fuzil para acabar com o som. Uma das balas acabou atravessando a TV, batendo na parede e atingindo o outro policial. Foi um acidente", diz o advogado.

Zerbini informou ainda que o investigador estava tomando remédios para parar de fumar, o que pode ter colaborado com o distúrbio momentâneo. Há informações, segundo o advogado, de que Rigler também teria bebido um copo de uísque naquela noite.

Depois da ocorrência, ele foi preso e encaminhado para a Delegacia de Furtos e Roubos de Veículos (DFRV), onde está em uma cela reservada para policiais. Como não teria tido a intenção de acertar o colega, Zerbini defende a liberação do cliente. Ele entrou com um pedido de soltura que deve ser analisado pela Justiça na sexta-feira (24).

O policial ferido, Wilson Miguel Rudnik, que também é investigador do Cope, passou por uma cirurgia no Hospital do Trabalhador e recebeu alta. Ele já prestou depoimento à polícia sobre o caso.

Reclamação

Segundo o advogado de Rigler, o surto sofrido pelo policial seria uma consequência do descumprimento de uma lei estadual que determina o acompanhamento médico e psicológico dos profissionais. A lei 15.448, aprovada em 2007 e modificada em 2009, determina que, a cada 12 meses, todos os policiais civis, militares e agentes penitenciários que estejam na ativa passem por uma junta composta por médico, psicólogo e assistente social. "O meu cliente está na polícia há 21 anos e nunca passou por um acompanhamento deste tipo. Temos que começar a cobrar o estado", declara Zerbini.

O advogado relatou que é comum para Rigler e outros policiais trabalharem por 5 ou 6 dias seguidos de forma ininterrupta. A última vez que isso teria ocorrido foi durante as investigações do Cope relacionadas ao assassinato do delegado de Pontal do Paraná, José Antônio Zuba. "Ele trabalhou direto, sem pausas", conta.

Caso deixe a prisão, Rigler vai passar por um tratamento psiquiátrico, segundo o advogado.

A Secretaria Estadual da Segurança Pública (Sesp-PR) informou, por meio da assessoria de imprensa, que não poderia se manifestar sobre o caso nesta quinta-feira.

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