• Carregando...

O investigador da Polícia Civil Napoleão Seki Júnior, de 38 anos, que matou a namorada na quinta-feira (24), no bairro Alto da XV, em Curitiba, não era avaliado pelos psicólogos da corporação desde 2010, ano que ingressou na polícia. Foi a única avaliação psicológica que ele teve desde que entrou na Polícia Civil.

Ainda em estágio probatório (período de três anos de experiência dentro do serviço público), ele respondeu a dois procedimentos por ser suspeito de protagonizar momentos de destempero emocional. Mesmo assim, os delegados que chefiaram o investigador não viram motivo para encaminhá-lo ao serviço psicossocial da Polícia Civil.

O primeiro caso envolvendo Seki Júnior ocorreu logo que entrou na corporação, em 2010. Foi uma briga de vizinhos. De acordo com o delegado-chefe da Divisão de Investigações Criminais (DIC), Luiz Alberto Cartaxo de Moura, que concedeu entrevista nesta quinta-feira (25), o desentendimento virou um termo circunstanciado e terminou com um acordo entre as partes na Justiça.

Há pouco mais de um ano, conta Cartaxo, o investigador teria sacado a arma em um bar na cidade de Mauá, região metropolitana de São Paulo. O episódio, ainda não confirmado no processo, rendeu mais um procedimento administrativo disciplinar ao investigador, que ainda está aberto. Segundo Cartaxo, o procedimento ainda depende de respostas de cartas precatórias enviadas às pessoas que denunciaram o policial em Mauá. "Ele nega no processo", afirma o delegado.

Motivos

O delegado ressaltou que o caso de Mauá ocorreu longe dos olhos dos chefes e a notícia do episódio chegou tardiamente. "Não se percebeu um desvio que, evidentemente, ele deve ser portador", comentou o delegado. Segundo ele, nenhum dos chefes anteriores de Seki Júnior não entenderam que havia necessidade de encaminhá-lo ao serviço de atendimento psicossocial.

Segundo Cartaxo, os policiais são encaminhados ao serviço quando os seus chefes imediatos verificam a necessidade. "O que aconteceu com ele [Seki Junior] ocorre todos os dias com cidadãos comuns também", disse o delegado, lembrando que não apenas o policial está sujeito a problemas psicológicos.

Serviço insuficiente

O serviço psicossocial da Polícia Civil conta com apenas sete psicólogos, que são responsáveis pelo atendimento dos cerca de 4 mil policiais civis do estado. A informação foi divulgada durante a coletiva. Apesar disso, Cartaxo considera que o serviço tem conseguido atender a demanda. Há atualmente cerca de 40 policiais que estão afastados do trabalho e que são atendidos pelo serviço de atendimento psicossocial. Estágio probatório

Como um dos procedimentos que responde na Polícia Civil ainda não foi concluído, o investigador Seki Júnior não pode ser declarado efetivado ao fim do estágio probatório, que acabou em outubro do ano passado. "Não se pode aplicar nenhum tipo de punição sem o devido processo legal", afirmou Cartaxo.

Homicídio qualificado

O investigador Napoleão Seki Júnior foi atuado por homicídio qualificado. A informação foi divulgada nesta quinta (25) por Cartaxo. Ele está em estado grave na UTI do Hospital Cajuru. De acordo com o delegado, foi aberto também um novo procedimento administrativo. A pena na instituição poderá ser a exclusão da corporação.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]