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Oito meses após a ocupação da Vila Torres – a antiga Favela Vila Pinto de Curitiba – pelas polícias Militar e Civil (trabalho que teve a participação de várias secretarias municipais, entre outros órgãos), os moradores da região consideram-se mais seguros. Mas não o suficiente. Circulando pela vila, não é difícil encontrar pessoas que gostariam de ver a polícia mais atuante. Entre elas está o presidente da Associação dos Moradores da Vila Torres, Valdomílson Osório de Campos, o Tanaka.

"A situação melhorou, mas a gente precisava de outra batida daquelas. Na madrugada do último fim de semana, por exemplo, mataram uma mulher aqui", relata. A principal reclamação de Tanaka é que de dia os policiais realmente estão em ação na região. Já à noite, o patrulhamento não é satisfatório. "Agora eles estão passando pouco de madrugada. Na época das rondas, passavam direto", compara.

O comerciante Natalino José da Silva, proprietário de uma padaria no bairro, diz que os clientes se sentem mais seguros para ir ao estabelecimento hoje. "Antigamente, por causa dos tiroteios, as pessoas ficavam mais ariscas." Mesmo assim, Silva concorda com o presidente da associação de moradores: "se houvesse mais batidas, a segurança poderia ser maior". Em média, o comerciante diz que uma patrulha da PM passa a cada 5 horas em frente ao seu estabelecimento.

Já outro comerciante, Haroldo Barbosa dos Santos, proprietário de um mercado, está satisfeito com o atendimento da polícia, mas não quer que as possíveis batidas a serem feitas daqui para frente sejam como as do começo do ano. "Sou a favor de dar seguimento a esse trabalho, mas com mais respeito. Naquela época tinha trabalhador que era revistado cinco vezes por dia", diz.

Para o presidente do Conselho de Segurança do Prado Velho (bairro vizinho à Vila Torres), Gilberto Vizini Vieira, atualmente não há necessidade de outra ação do porte da feita em fevereiro. Assim como os moradores da vila, Vizini reconhece que houve progresso na segurança da região após a ação policial. Porém, ele faz um alerta: "se não houver um policiamento mais freqüente, a marginalidade vai voltar. Aliás, já estamos percebendo o início desse retorno", aponta.

O policiamento da PM na Vila Torres está em fase de transição. Na última terça-feira, o patrulhamento deixou de ser feito pelo Regimento de Polícia Montada, passando para o 13.° batalhão. No mesmo dia, a reportagem esteve no bairro e, em 1h40 de caminhanda pela ruas da vila, não verificou a presença de nenhum policial circulando pelas ruas internas – três estavam no módulo, além de uma viatura que passou pela avenida principal, a Perimetral dos Bairros.

Segundo o capitão Mário Lúcio Tatim, o 13.° Batalhão continuará o trabalho feito pelo Regimento. Entretanto, outras operações conjuntas com a Polícia Civil estão previstas para a Vila Torres. "Nossas ações estão sendo planejadas de acordo com estatísticas." Além da ação da polícia, o capitão Tatim espera também que a própria comunidade contribua para a segurança do bairro, através de informações. Para isso, os integrantes do 13.° Batalhão estarão em contato com a comunidade, tentando romper a lei do silêncio que impera no bairro devido à ação de traficantes. "Vamos trabalhar também com o policiamento comunitário, indo de porta em porta, ouvindo a necessidade do cidadão", promete o capitão Tatim.

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