O advogado Jorge Bittencourt, de Tibagi (nos Campos Gerais), percebeu que havia um pombo diferente na calçada em frente da sua casa, no último dia 24. O animal tinha uma anilha em cada pata. Com a ajuda de um amigo, ele descobriu que se tratava de um pombo-correio que participava de uma competição. O bicho havia sido solto, três dias antes, em Jacarezinho (região Norte do Paraná) e deveria terminar o percurso em Florianópolis, Santa Catarina. Após muita pesquisa, Jorge encontrou o site da Federação Columbófila Brasileira (que reúne os criadores de pombos-correios para fins esportivos) e comunicou o aparecimento do pássaro.
A entidade entrou em contato com o proprietário, Helder Machado, da capital catarinense. Ele explica que a competição consiste em soltar o animal em algum ponto cerca de 300 quilômetros distante do criadouro onde o animal nasceu. O pombo que atingir a maior média de velocidade no retorno é o ganhador. Segundo Machado, os pombos-correios têm, por natureza, essa capacidade, mas precisam estar em boa forma física para cumprir a prova.
Participam dessa competição cerca de 10 pombos-correios criados na região de Florianópolis. Machado cria cerca de 50 animais em seu pombal, a maioria para competição. Ele afirma que o animal encontrado em Tibagi precisa de um tempo para se recuperar e deverá ser solto até o fim desta semana, se as condições de tempo estiverem boas, e voltar para casa.
Enquanto isso, Jorge continua cuidando do bicho. O pombo ganhou até um apelido, Desidério, em homenagem ao primeiro carteiro da cidade de Tibagi, João Desidério. "Ele é do tempo em que as cartas eram entregues a cavalo", relembra. Machado afirma que pretende adotar o apelido para a ave, que, até então, só vinha sendo chamado pelo número de identificação: 688513.
Um outro pombo-correio, que participava da mesma competição, também perdeu o rumo e foi encontrado nas obras da Usina Hidrelétrica de Mauá, que está sendo construída em Telêmaco Borba (nos Campos Gerais). O animal pertence a outro criador de Florianópolis. Segundo a assessoria de comunicação do Consórcio Cruzeiro do Sul, responsável pela Usina, a soltura depende de uma liberação do Instituto Brasileiro de Meio Ambiente (Ibama).
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