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Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca | Gazeta do Povo
Taxista depilou o corpo inteiro e fez uma tatuagem para ganhar o fusca| Foto: Gazeta do Povo

Mensageiro

• A origem dos pombos-correio é de 6,5 mil anos antes de Cristo.

• No Egito antigo, a subida das águas do Rio Nilo era anunciada por pombos-correio.

• Na Grécia antiga, os pombos-correio anunciavam a vitória dos Jogos Olímpicos.

• No século 12, o sultão Nur-Eddin criou um serviço postal por pombos-correio entre Bagdá e as cidades de seu império.

• Na Idade Média, apenas os senhores feudais e o clero tinham autorização para criar pombos-correio. A proibição para as outras camadas da sociedade terminou com a Revolução Francesa, em 1789.

• A derrota do exército de Napoleão na Batalha de Waterloo foi transmitida por pombo-correio a Londres, Inglaterra, em 1815.

• Na Primeira Guerra Mundial, cerca de 30 mil aves foram utilizadas nas frentes de combate. O exército alemão, reconhecendo o perigo das mensagens transmitidas, ordenou o extermínio de pombos-correio nas áreas ocupadas.

• Na Segunda Guerra Mundial, os pombos-correio sempre eram utilizados quando o sistema de rádio era avariado ou interceptado pelos inimigos.

• A Suíça desmobilizou o seu serviço oficial de pombos-correio somente na década de 90.

• A Federação Columbófila Internacional, com sede em Bruxelas, na Bélgica, reúne 60 países de todos os continentes.

Fonte: Federação Portuguesa de Columbofilia.

Criador garante que hobby não pesa no bolso

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É raro o funcionário público Wellington Oliveira passar um único dia sem olhar para o céu. Ele não está preocupado com o tempo, nem está paranóico com o risco de outro acidente da crise aérea brasileira. Oliveira está apenas interessado no retorno dos seus pombos-correio, soltos todas as semanas em alguma localidade distante – inclusive de outros estados – com uma única missão: retornar aos pombais instalados na casa de seu dono, em Santa Felicidade.

Assim tem sido a rotina de Oliveira nos últimos 25 anos, desde que passou a se dedicar à columbofilia – criação de pombos-correio. Hoje, Oliveira – que é presidente da Sociedade Columbófila do Paraná (SCP), que conta com 20 sócios competidores – cria 120 pombos-correio, entre competidores e reprodutores. "É o meu hobby. Chego a viajar para o exterior para competir", afirma o aposentado.

Hoje o pombo-correio (que é resultado de diversas cruzas que originaram um animal que não existe na natureza) não cumpre mais o papel de mensageiro, tão requisitado em períodos de guerra. Agora as aves limitam-se às competições. Tanto que a Confederação Brasileira de Columbofilia pretende alterar o nome da espécie para pombo-competidor.

Oliveira explica que os pássaros começam a ser treinados com aproximadamente três meses de vida. A autonomia de vôo é de 12 a 14 horas ininterruptas. Nesse período, o pombo-correio percorre em média a distância de 900 quilômetros em linha reta e sempre retornando ao seu pombal de origem.

Com tal responsabilidade, as aves são tratadas como verdadeiras atletas. Alimentação balanceada e treinamentos físicos fazem parte do dia-a-dia dos pombos-correio. "A alimentação é à base de proteínas e sais minerais e após os percursos há reforço com isotônicos adicionados à água", aponta Oliveira. Não é para menos. A cada percurso, a fêmea, que pesa em torno de 350 gramas, perde 70 gramas de peso. Já o macho, que pesa 450 gramas, perde 150 gramas. "Mas assim como os atletas, o pombo-correio recupera isso rápido, em dois dias", salienta Oliveira.

São quatro categorias de competição. Na categoria Filhotes, participam animais com até três meses de vida e que percorrem a distância entre 100 e 300 quilômetros. Quando adultos, os pombos-correio podem ser comparados a atletas do atletismo. Na categoria velocidade (o equivalente às provas de 100, 200 e 400 metros do atletismo), os pombos percorrem distâncias entre 300 e 500 quilômetros. Na meio-fundo (o equivalente às provas de 800 metros e 1.500 metros do atletismo) os pássaros percorrem entre 500 e 600 quilômetros. Já nas provas de fundo (o equivalente às provas de 5 mil metros e à maratona, que tem 42.195 metros) os pombos voam distâncias acima de 600 quilômetros.

Orientação

A diferença dos pombos-correio para os pombos comuns é a capacidade de orientação. Ele pode ser solto em qualquer lugar do mundo que retorna ao pombal onde vive. A explicação dessa capacidade segue sendo um mistério para os pesquisadores.

Oliveira comenta que a teoria mais aceita é de que os pombos-correio conseguem se orientar pelo magnetismo da Terra. "Tanto que na altura da Linha do Equador, que é uma área neutra de magnetismo, essas aves têm dificuldade de se orientar", afirma o presidente da SBP. Entretanto, o real motivo não foi 100% comprovado.

Mas que eles voltam, voltam. Disso não há dúvida. Oliveira dá o exemplo de um pombo que ficou desaparecido por um ano. Ele havia sido solto em Joinville (SC), um trajeto relativamente curto para um pombo. "Como ele não voltava, pensei que tinha morrido", diz Oliveira. Quando retornou, Oliveira constatou que a ave estava sem a anilha fixada na pata, que identifica o pombo (um número registrado na associação columbófila que corresponde ao documento de identidade do animal). "Isso era a prova de que o pombo foi preso, pois alguém tirou a anilha", ressalta. Prova de que, se não morrerem no percurso, vítimas de ataques de gaviões, os pombos-correio sempre retornam. Leve o tempo que levar.

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