Ponta Grossa A crise financeira que faz o Exército Brasileiro dispensar alistados por excesso de contingente não inibiu um investimento de quase R$ 50 milhões em Ponta Grossa. Até 2010, a cidade e o Paraná ganham o maior e mais moderno forte militar do país, que vai abrigar, além de outros quartéis, a frota de tanques blindados, caminhões, jipes e carros do extinto 3.º Regimento de Carro de Combate, que funcionou até 2002 no Rio de Janeiro.
Por enquanto, apenas duas garagens especiais para carros de combate e parte do pavilhão do esquadrão de comando e do local para refeição dos soldados e oficiais ocupam a área de 49 mil metros quadrados, ao lado do Centro de Eventos da cidade. Nesta primeira etapa foram gastos R$ 7 milhões. Segundo o comandante da 5.ª Brigada de Cavalaria Blindada, Aldo Bondi, a intenção é de que a estrutura esteja pronta este ano para em março de 2007 receber a frota. Virão para Ponta Grossa 41 tanques de guerra, que chegam a pesar, cada um, 52 toneladas; e cerca de 50 caminhões e jipes, que darão suporte à Brigada.
A obra desperta a curiosidade da população. O aposentado José Aparecido Nunes, que mora próximo ao local, espera a vinda de uma frota de helicópteros. "Não sei bem ao certo o que vai ser aqui, mas deve ser algo grandioso", afirma.
A segunda e terceira etapa do projeto do Exército formarão abrigos para outros dois quartéis, o Esquadrão de Comando de Brigada, que já funciona em Ponta Grossa, e o 25.º Pelotão de Polícia do Exército. O Exército pretende ainda levar para o Forte Santana a 5.ª Companhia de Comunicações Blindada, responsável pela comunicação entre todas as brigadas e que hoje está em Curitiba.
Segundo o general, a escolha por Ponta Grossa para abrigar o maior forte do Exército Brasileiro foi estratégica. Além de ter capacidade para absorver uma base desta dimensão, pesou a favor da cidade a proximidade com o Campo de Instrução Marechal Hermes, em Três Barras (SC). Embora, a distância entre Ponta Grossa e a cidade catarinense seja de 180 quilômetros, a mobilidade dos carros blindados fica mais fácil, devido ao entroncamento rodoferroviário da cidade. Os tanques não podem rodar em asfalto devido ao peso. Eles virão do Rio de Janeiro para Ponta Grossa transportados por caminhões especiais ou de trem.
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